Troca de etiquetas em Cumbica: PF aponta nova prisão indevida após mala ser achada com cocaína

Ahmed Hasan e sua família embarcaram em São Paulo no dia 22 de outubro do ano passado com destino a Istambul

© Michał Parzuchowski / Unsplash

Justiça Cumbica 31/10/23 POR Estadao Conteudo

O líbio Ahmed Hasan, de 37 anos, que tem nacionalidade brasileira, foi detido na Turquia sob acusação de tráfico de drogas. As etiquetas de duas das bagagens de Hasan, embarcadas no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo, foram usadas para transportar 43 quilos de droga do Brasil para a Turquia, segundo revelou reportagem do Fantástico, exibida na noite deste domingo, 29.

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Imagens obtidas pelo programa dominical da TV Globo mostram a apreensão de duas bagagens com 43 quilos de cocaína. Ambas foram embarcadas em Guarulhos, em nome de Malak Hasan, mulher de Ahmed, que está sendo acusado de tráfico de drogas injustamente, segundo aponta a Polícia Federal do Brasil.

Ahmed Hasan e sua família embarcaram em São Paulo no dia 22 de outubro do ano passado com destino a Istambul. Ao desembarcarem na Turquia, seguiram normalmente para a casa, sem serem interceptados pela polícia.

"Nos pegamos toda a nossa bagagem, nossos passaportes foram carimbados e entramos normalmente no País", contou Hasan em entrevista ao Fantástico. "Nada aconteceu."

A família ficou apenas alguns dias na Turquia e seguiu para a Líbia, onde acabou se estabelecendo. Em maio deste ano, ao retornar sozinho à Turquia em uma viagem de trabalho, Ahmed Hasan foi preso no aeroporto. Ele chegou a ficar preso, mas agora responde ao processo em liberdade, mas sem ter autorização para deixar a Turquia.

"Ela (uma advogada turca) disse que eu estava sendo acusado de tráfico internacional de drogas", contou Hasan na entrevista. "Eu me assustei, quase morri. Foi um choque enorme para mim."

Na verdade, as malas com as drogas etiquetadas com o nome da mulher de Hasan só saíram de Guarulhos em direção a Turquia em 26 de outubro de 2022, quatro dias depois da partida da família.

"Alguém retirou essa etiqueta, mas, em vez de usar no próprio dia, guardou para usar alguns dias depois, no voo onde foi a droga efetivamente", afirmou o delegado Felipe Lavareda, da Polícia Federal.

De acordo com o Fantástico, a concessionária que administra o aeroporto de Guarulhos disse que as companhias aéreas são as responsáveis pelo manuseio da bagagem. A empresa não se manifestou.

A família de Hasan procurou no Brasil a advogada Luna Provázio, que defendeu as brasileiras Jeanne Paollini e Katyna Baía, que planejaram férias na Alemanha, mas acabaram detidas por quase quarenta dias no país depois de terem suas bagagens trocadas por malas com cocaína.

Elas finalmente foram libertadas em abril deste ano, depois que ficou comprovado por imagens de câmeras de segurança, que as etiquetas de suas bagagens foram usadas em outras malas para transportar drogas.

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