Cid afirmou em delação que Bolsonaro queria esconder alvos da PF no Alvorada, diz portal

A proposta de delação de Cid foi feita no próprio gabinete de Moraes, que é relator do inquérito dos atos antidemocráticos.

© Getty Images

Política MAURO-CID 31/10/23 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O tenente-coronel Mauro Cid afirmou em sua delação à Polícia Federal que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) teve a ideia de esconder no Palácio da Alvorada alvos investigados por ataques antidemocráticos. O objetivo seria impedir que esses fossem presos pela PF.

PUB

A informação é do UOL. Segundo a reportagem, alguns desses alvos a serem protegidos seriam o influencer bolsonarista Oswaldo Eustáquio e o youtuber Bismark Fugazza, ambos que tiveram prisão decretada no final do ano passado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Ainda segundo o UOL, no depoimento, Cid disse à PF que foi ele mesmo quem convenceu Bolsonaro a abandonar a ideia, já que isso poderia trazer complicações a ele no STF.

Procurada pelo portal, a defesa de Bolsonaro negou as acusações. A defesa de Eustáquio também negou que ele tenha pedido ajuda para se refugiar no Alvorada. Não há na reportagem informações se Cid apresentou alguma prova à PF sobre o que disse aos investigadores.

Em setembro, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, homologou o acordo de delação premiada do tenente-coronel, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Ele havia manifestado ao Supremo a intenção de fazer o acordo, que pode afetar o ex-presidente e pessoas de seu entorno.

A delação não pode, isoladamente, fundamentar sentenças sem que outras informações corroborem as afirmações feitas. Os relatos devem ser investigados, assim como os materiais apresentados em acordo.

Cid foi solto provisoriamente e deverá usar tornozeleira eletrônica. Ele estava preso de maneira preventiva desde maio por supostamente ter inserido dados falsos em cartões de vacinação, incluindo os de Bolsonaro e sua filha.

Cid também é investigado pelo vazamento de dados sigilosos sobre a urna eletrônica e por relação nos ataques golpistas do 8 de janeiro.

A situação do tenente-coronel se agravou em agosto, quando uma operação da Polícia Federal trouxe novos detalhes sobre a participação dele e do pai dele (o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid) na venda de joias presenteadas ao governo brasileiro e desviadas do acervo presidencial.

A proposta de delação de Cid foi feita no próprio gabinete de Moraes, que é relator do inquérito dos atos antidemocráticos.

A defesa de Cid pediu a liberdade provisória. Antes da homologação, a polícia indicou que valeria firmar o acordo. Com a homologação, ele poderá ter pena reduzida ou negociar outras vantagens.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

brasil Rio Grande do Sul Há 17 Horas

Avião cai em Gramado; governador diz que não há sobreviventes

mundo EUA Há 20 Horas

Professora que engravidou de aluno de 12 anos é condenada

fama GUSTTAVO-LIMA Há 23 Horas

Gusttavo Lima é hospitalizado, cancela show no festival Villa Mix e fãs se revoltam

fama WILLIAM-BONNER Há 19 Horas

William Bonner quebra o braço e fica de fora do Jornal Nacional no fim do ano

brasil BR-116 Há 21 Horas

Acidente com ônibus, carreta e carro deixa 38 mortos em Minas Gerais

fama Pedro Leonardo Há 21 Horas

Por onde anda Pedro, filho do cantor Leonardo

lifestyle Smartphone Há 20 Horas

Problemas de saúde que estão sendo causados pelo uso do celular

esporte FUTEBOL-RIVER PLATE Há 20 Horas

Quatro jogadoras do River Plate são presas em flagrante por racismo

fama Vanessa Carvalho Há 20 Horas

Influenciadora se pronuncia após ser acusada de trair marido tetraplégico

mundo Síria Há 22 Horas

'Villa' luxuosa escondia fábrica da 'cocaína dos pobres' ligada a Assad