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(FOLHAPRESS) - A Polícia Civil de Goiás indiciou, na sexta-feira (10), o borracheiro Diego Fonseca Borges, 27, por suspeita de feminicídio contra a namorada, Ielly Gabriele Alves, 23. Ela filmou a própria morte ao levar um tiro disparado, segundo a polícia, por ele, em estrada na zona rural de Jataí, a 320 km de Goiânia.
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Ele foi preso logo após o crime, ocorrido no último dia 4. A família da vítima disse que o casal vivia um relacionamento conturbado.
O advogado do borracheiro, Paulo Henrique Matos de Freitas, disse que o cliente praticou um disparo acidental. "Os dois haviam passado o dia junto de familiares. Na volta da casa do tio dele, Diego havia retirado o pente da pistola 380 e acreditava que não havia munição na arma".
Segundo o delegado Thiago Saad, o borracheiro atraiu a namorada para uma emboscada porque ela tentava terminar o relacionamento, que durou um ano e sete meses, mas o suspeito não aceitava.
No vídeo gravado por Ielly pelo celular, Borges aparece apontando a arma para a jovem, enquanto ela fazia brincadeiras com a situação. Logo em seguida, ela foi atingida no peito.
Mãe da vítima, a diarista Olesiane Alves contou que, no dia do crime, por volta das 18h, o casal se sentou à mesa na casa onde Ielly morava com a família materna e "combinou que não iria mais namorar".
"Depois de tantas idas e vindas, ela falou que os dois haviam concordado que iriam ser amigos, já que não davam certo como namorados, por mais que ainda tivessem sentimento um pelo outro", contou.
Em seguida, de acordo com a investigação, os dois saíram juntos no carro do suspeito e foram para a casa do tio dele, na zona rural de Jataí, onde teriam realizado disparos de arma de fogo. "Enquanto iam embora [desse local], o autor parou em uma estrada e deu mais tiros. Depois, apontou a arma e disparou contra a vítima", afirmou o delegado.
Logo após efetuar o disparo, conforme os autos, o suspeito levou a namorada para o hospital da cidade e ligou para a mãe dela, por volta das 22h.
"Ele me disse para levar documento no hospital porque ela tinha sido alvejada, em uma emboscada, por dois homens em uma motocicleta. No hospital, ele ainda me abraçou e falou que quem tinha feito isso com minha filha iria pagar", disse a mãe da vítima.
Ainda no hospital, uma equipe da Polícia Militar prendeu o borracheiro depois que ele pediu para um primo buscar o celular de Ielly no veículo. De acordo com a investigação, o comportamento suspeito foi percebido por uma tia dela.
O pai do suspeito, o também borracheiro Edislay de Souza Borges, 53, disse acreditar na inocência de Diego. "Meu filho nunca pensou em matar alguém. Ele trabalha de borracheiro desde os dez anos e tratava a namorada como uma princesa", afirmou.
Segundo mensagens compartilhadas com a reportagem por uma amiga da vítima, Ielly dizia que estava sendo agredida desde outubro do ano passado pelo suspeito.
O suspeito continua preso temporariamente e poderá ter a prisão convertida em preventiva. O inquérito vai ser remetido ao Poder Judiciário e ainda deve receber manifestação do Ministério Público estadual.
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