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(FOLHAPRESS) - O técnico da seleção amazonense de vôlei sub-16, Walhederson Brandão Barbosa, 40, foi preso em Manaus nesta terça-feira (14). Segundo a Polícia Civil, ele é investigado por favorecimento à prostituição e exploração sexual dos próprios alunos, de 15 a 17 anos.
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Ainda segundo a polícia, o técnico estuprava os adolescentes e filmava. Ele também é investigado por armazenamento de imagens contendo cena de sexo.
A defesa do suspeito disse que não teve acesso aos autos e que vai se pronunciar após ter ciência das acusações.
Barbosa foi preso em casa, na Vila da Prata, na zona oeste da capital amazonense. De acordo com os agentes, seis jovens estavam morando com ele. Ainda segundo a polícia, o técnico estava dormindo em uma cama com dois adolescentes de 15 anos no momento de sua prisão.
A investigação apontou que o homem praticava os crimes há quase 20 anos. Pelo menos 12 vítimas foram identificadas pela polícia. Todos são meninos com idades de 16 e 17 anos.O delegado Bruno Fraga disse que o técnico aliciava adolescentes que queriam ser jogadores profissionais.
"Os atos delituosos foram praticados em cima dos sonhos dos adolescentes, que almejam se tornar atletas profissionais de vôlei. Ele, de alguma forma, comprava os sonhos destas vítimas, em troca de atos sexuais", afirmou.
As investigações começaram há três meses, depois de uma denúncia anônima sobre um vídeo que teria sido compartilhado em um aplicativo de mensagens, no qual Barbosa aparece tendo relações sexuais com dois adolescentes.
"A partir da primeira denúncia, foi possível identificar seis vítimas e instaurar seis Inquéritos Policiais, sendo que cinco ainda estão em andamento", disse a delegada titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente, Joyce Coelho.
Ainda segundo a delegada, o suspeito sabia que estava sendo investigado. "Quando passamos a proceder com as oitivas das vítimas, o homem passou a exercer pressão contra as vítimas para saber o que elas estavam falando na delegacia, ou seja, ele sabia da investigação em andamento", disse.A Justiça decretou a prisão temporária dele por 30 dias.
Em nota, a FAV (Federação Amazonense de Voleibol) repudiou o caso, e disse que está à disposição das autoridades, para prestar esclarecimentos.
"Enquanto as autoridades tomam as devidas providências, a FAV opta por suspender o referido técnico de todas as atividades oficiais desta federação, bem como suspender por tempo indeterminado o registro Nacional de treinador no Sistema Nacional de Registro", diz o comunicado.
A entidade afirmou ainda que não recebeu registros que indicassem a ocorrência dos casos registrados pela Polícia Civil.
"A Federação Amazonense de Voleibol em nenhum momento, em busca de qualquer atitude nociva de treinador, encontrou qualquer tipo de ocorrência que nos levasse ao conhecimento das atitudes repugnantes do envolvido", informou.
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