PMs são suspeitos de invadir escola e agredir alunos em SP; jovem diz ter sido queimado na delegacia

Segundo o boletim de ocorrência, cerca de 15 PMs participaram da ação.

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Brasil POLÍCIA-SP 18/11/23 POR Folhapress

PAULO EDUARDO DIASSÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Ouvidoria da Polícia abriu um procedimento para acompanhar a investigação de supostas agressões cometidas por policiais militares e civis contra um grupo de alunos de uma escola municipal na região do Jabaquara, na zona sul de São Paulo, no dia 7 de novembro.

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Segundo o boletim de ocorrência, cerca de 15 PMs participaram da ação. Seis estudantes entre 14 e 16 anos teriam sido agredidos. Um deles relatou aos agentes escolares que, após ter sido levado para uma sala dentro de uma delegacia, teve um cigarro apagado em seu ombro por um policial civil.

Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) afirmou que o caso é investigado pelo 97º DP (Americanópolis) e pela Polícia Militar.

A confusão teria começado por volta das 10h30 do último dia 7. Após uma prova, os estudantes foram dispensados mais cedo devido à falta de luz e água na escola após o temporal do dia 3.Já do lado de fora da unidade, um grupo de alunos teria iniciado uma discussão. Uma mulher que passava pelo local resolveu registrar a cena, o que desagradou alguns adolescentes, e houve uma breve discussão entre eles.

A mulher deixou o local, mas teria acionado a Polícia Militar. Conforme consta no boletim de ocorrência, ela disse que alunos estariam roubando uns aos outros.

Uma primeira equipe de PMs chegou ao endereço. Segundo testemunhas, dois policiais desceram da viatura com abordagem extremamente truculenta, agredindo seis alunos. Um deles teria sido um alvo preferencial e acabou ferido inclusive no rosto.

Testemunhas disseram, ainda, que um dos PMs teria retirado a câmera corporal que estava presa ao seu uniforme no momento das agressões. Segundo a SSP, a câmera do policial se desprendeu da jaqueta –a justificativa, segundo a pasta, se baseia nos registros captados pelo equipamento de outro PM.

De acordo com documento elaborado pela Polícia Civil dois dias após a ocorrência, alguns alunos entraram novamente na escola para relatar a apreensão do jovem agredido. Funcionários então saíram para a rua e observaram que a quantidade de PMs na porta da escola já era maior do que o número de alunos envolvidos na confusão, ainda segundo registrado no BO.

Na tentativa de contornar o conflito, os agentes escolares pediram aos policiais para que deixassem o menino entrar na escola. Foi nesse instante que um grupo de 15 PMs teria "invadido" a unidade, sob o comando de um tenente, para apreender o adolescente por desacato.

Os policiais colocaram o jovem algemado no camburão de um veículo e o levaram para o 26° DP (Sacomã). Funcionários da escola que também seguiram para a delegacia relataram que foram recebidos de forma hostil pelo delegado. Após algum tempo, o delegado liberou as partes sem registrar um boletim de ocorrência.

Indignados com a situação, funcionários e alunos da escola foram ao 97° DP (Americanópolis) no dia 9 de novembro para registrar a ocorrência. O documento cita que o jovem agredido e apreendido deixou a delegacia sem a blusa de frio, sem os cadarços do tênis e com os cabelos desgrenhados.

Ainda segundo o BO, o adolescente relatou que teve a roupa retirada e foi novamente agredido dentro do 26° DP. Ao deixar a delegacia, mostrou para os agentes escolares a marca no ombro que teria causada por um cigarro aceso.

A SSP afirma que a conduta do delegado do 26° DP é investigada.Ainda de acordo com o boletim de ocorrência registrado no 97° DP, a comunidade escolar está com medo, uma vez que PMs que participaram da ação estariam passando com frequência em frente à escola.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Educação, afirmou que repudia qualquer ato de violência, dentro ou fora do ambiente escolar, e que acompanha o caso, com total apoio aos estudantes envolvidos e às famílias.A gestão Ricardo Nunes (MDB) disse ainda que, nesta sexta (17), a diretora regional de educação e representante do Conselho Tutelar estiveram na escola para acolhimento, escuta e diálogo a alunos e famílias.

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