Áudios de WhatsApp enviados por mulher morta ajudaram a resolver crime

Quatro homens foram presos por serem suspeitos do homicídio

© Getty Images/ Tony McArdle

Mundo Crime 21/11/23 POR Notícias ao Minuto

Nos últimos meses da sua vida, Ashley Dale gravou mensagens de voz onde relatava os seus medos e receios - áudios que foi enviando aos seus amigos.

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A mulher, de 28 anos, foi assassinada na sua casa, em Liverpool. Um homem armado arrombou a porta da residência e começou a disparar indiscriminadamente, na madrugada de 21 de agosto de 2022.

Ashley não seria o alvo, mas acabou morrendo, segundo relata a BBC.

"A Ashley estava narrando a sua própria história, que levou àquele incidente", acreditam os procuradores, indicando que as suas gravações foram "cruciais" para o caso.

Em tribunal, ouviu-se que  o companheiro de Ashley, Lee Harrison, que não estava em casa no momento do tiroteio, era o alvo do mesmo. O homem estaria há muitos anos envolvido num conflito que foi se intensificando.

Tudo isto é relatado nas gravações da mulher, que conseguiu reportar eventos acontecidos em junho (dois meses antes de morrer) e onde compartilhava os seus receios do que poderia vir a acontecer.

"É a primeira vez que vejo que relatos do crime deixadas pela vítima assumem um papel tão preponderante no tribunal", afirmou o inspetor Cath Cummings.

O celular da mulher, encontrado muito perto do seu corpo, assumiu um papel "significativo" em ajudar os detetives a juntar as peças e tentar entender o que se passou naquele dia e porquê.

"Nunca na vida assisti a um caso em que é a própria voz da vítima a dizer-nos o que aconteceu e através dos quais estamos tentando obter evidências. Na realidade temos a vitima a contar-nos [o que se passou]", acrescenta a mesma fonte.

Em algumas das mensagens a mulher afirmava que "não queria que o funeral do Lee" fosse um dos seus próximos eventos e dizia que "tinha um mau pressentimento em relação a tudo" e que sempre saía do carro "sentia que tinha de estar sempre olhando para trás".

No total, foram apreendidos 3.360 objetos relacionados com o caso, dos quais 139 foram dispositivos digitais. Contudo, afirma a BBC, as gravações de voz de Ashley foram as provas mais significantes e reveladoras para o caso. 

No final, quatro homens foram presos e acusados de homicídio, no Supremo Tribunal de Liverpool, no Reino Unido. 

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