© Raul Baretta/Santos FC
Teixeira recebeu 4.762 mil votos, contra 1.378 de Maurício Maruca. Rodrigo Marino (1.073), Ricardo Agostinho (1.011) e Wladimir Mattos (562) aparecem logo atrás. Cerca de 17 mil sócios do Santos estavam aptos à votação. Esta será a terceira vez que Marcelo Teixeira assumirá a presidência do Santos. O advogado Fernando Gallotti Bonavides será o seu vice no próximo triênio.
Após o pleito, Teixeira demonstrou otimismo na retomada do clube à elite do futebol brasileiro e afirmou que vai propor ao conselho deliberativo que a histórica camisa 10 do Rei Pelé, morto em decorrência de um tumor no cólon, em dezembro do ano passado, seja "aposentada" durante a disputa da Série B.
"Enquanto (o Santos) não subir e estar no seu patamar digno, nós não atuaremos com a camisa 10. Em memória e em honra", disse o presidente eleito. "Nós vamos reconstruir o Santos e reconduzir o clube ao seu devido lugar, ao patamar de um clube vencedor, com uma marca forte em nível nacional e internacional."
O presidente eleito assume no dia 1º de janeiro, mas já inicia na próxima semana a transição com atual mandatário Andres Rueda. Em entrevista ao Estadão, Teixeira reconheceu que terá a obrigação de reduzir os gastos do clube, mas não pretende se desfazer dos jogadores por qualquer valor.
O clube tem encaminhado um patrocínio com valores que podem bater os R$ 100 milhões, além da transformação da Vila Belmiro para uma moderna arena com 35 mil lugares, em parceria com a WTorre, e um acerto para mandar jogos no Pacaembu, que será reaberto em janeiro.
Teixeira comandou o Santos pela primeira vez em 1992, ficando até o ano seguinte. Voltou a comandar o clube de 2000 a 2009, quando o clube conquistou o bicampeonato brasileiro (2002 e 2004) e do Paulistão (2006 e 2007). Em 2003, o time da Vila também foi vice-campeão da Copa Libertadores, perdendo para o Boca Juniors na final.
VIOLÊNCIA
Após o rebaixamento do Santos para a segunda divisão, na quarta-feira, o pleito deste sábado foi marcado por tensão e violência. Membros de uma torcida organizada tentaram invadir o local de votação, o ginásio Athié Jorge Cury, na Vila Belmiro. Houve confusão, e a Tropa de Choque da Polícia Militar precisou intervir.
Os integrantes da uniformizada queriam chegar até o atual presidente, Andres Rueda, e o presidente do Conselho Deliberativo, Celso Jatene. Momentos antes da confusão estourar, Jatene tentou conversar com alguns membros da torcida, mas foi alvo de ameaças e xingamentos.
O grupo foi retirado da área em que estava no ginásio, mas pouco tempo depois os torcedores retornaram, tentando abrir o portão do local à força. Uma equipe de seguranças conteve o avanço de quem tentava invadir. A PM conteve os torcedores na área externa. A votação chegou a ser interrompida, mas retornou 40 minutos depois. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP/SP), cerca de 20 torcedores estavam envolvidos. A situação foi controlada e ninguém foi detido. Também não houve registro da ocorrência junto à Polícia Civil.
O rebaixamento foi marcado por tumulto e confusão na Vila Belmiro, após a derrota por 2 a 1 para o Fortaleza. De acordo com a SSP, 11 policiais foram feridos e duas viaturas, danificadas. Seis ônibus e quatro automóveis foram incendiados pelos torcedores, que também avançaram contra os policiais, arremessando garrafas, pedras e fogos de artifício. Ninguém foi preso.
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