Exército de Israel tem um dos dias mais mortais desde início da guerra em Gaza

Ao menos 10 soldados foram mortos em Gaza

© Getty

Mundo ISRAEL-GAZA 13/12/23 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Israel informou nesta quarta-feira (13) que ao menos dez de seus soldados foram mortos em Gaza no dia anterior, naquele que se consolida como um dos dias mais mortais para o Exército de Tel Aviv desde o início do atual conflito contra a facção terrorista Hamas.

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Do grupo, nove pertenciam ao mesmo batalhão e morreram durante emboscada do grupo palestino na região de Shejaiya, distrito vizinho à populosa Cidade de Gaza na faixa de terra homônima.

Entre eles está Ben Basat, 44, comandante do batalhão, que segundo Israel é o oficial mais graduado de seu Exército morto na ofensiva terrestre em Gaza até o momento.

Membros da Brigada Golani, da infantaria do Exército, eles atuavam no coração de Gaza para "limpar Shejaiya da infraestrutura do Hamas" e "privar o grupo terrorista de suas habilidades", afirmou o Exército.

Com essas mortes, o número total de soldados do país de Binyamin Netanyahu mortos neste conflito chega a 115, ainda de acordo com o Exército. Inicialmente concentrada na porção norte de Gaza, a invasão terrestre foi ampliada para o sul da faixa palestina há uma semana.

Diante desse cenário, a situação em Gaza agora é descrita como "um lugar onde o sistema de saúde já colapsou ou está em vias de colapso", nas palavras de Lynn Hastings, responsável pelos territórios palestinos ocupados (Cisjordânia e Gaza) na agência de assuntos humanitários da ONU, a Ocha, que falava em Genebra.

Ainda de acordo com balanço da Ocha, teriam morrido até esta terça-feira ao menos 18,2 mil palestinos -a maioria em Gaza, segundo dados das autoridades de saúde locais, ligadas ao Hamas; além de 128 mortos na Cisjordânia e outros 1 mil em Israel (o que inclui pessoas envolvidas nos ataques de 7 de outubro). Outros 50 mil teriam ficado feridos.

Já o número de pessoas que tiveram de abandonar suas casas para fugir do conflito em Gaza alcança quase toda a população da faixa: 1,9 milhão de pessoas. A maioria (68%, ou 1,2 milhão) estaria abrigada em locais da UNRWA, a agência da ONU para refugiados palestinos. Outros 16% (307 mil) estariam em casas de parentes.

Ainda nesta quarta-feira, as Forças de Defesa de Israel afirmaram que recuperaram os corpos de mais dois reféns mortos em Gaza. Um seria civil e teria sido sequestrado durante a festa eletrônica na qual também foi realizado um massacre em 7 de outubro. O outro seria militar.

Ao compartilhar as informações neste que é o 67º dia da manutenção dos reféns em Gaza, o porta-voz militar Daniel Hagari lembrou que a maioria do grupo que permanece na faixa palestina tem dupla nacionalidade e, entre os países que listou, lembrou o Brasil.

Acredita-se que Michel Nisenbaum, natural de Niterói e em Israel desde a adolescência, quando fez a aliá (retorno) esteja entre os reféns. Nesta semana sua irmã e uma de suas filhas vieram ao Brasil após passarem por Argentina e Uruguai para pedir apoio. Elas estiveram em Brasília ao lado do presidente Lula (PT) e, na sequência, viajaram a São Paulo junto a uma comitiva de parentes de outros sequestrados.

Ao menos 138 reféns seguem sendo mantidos em Gaza, de acordo com contagem do Exército de Israel.

Enquanto a guerra se desenrola o conflito armado, há também temores sobre os efeitos que as fortes chuvas previstas para a região podem desencadear do ponto de vista humanitário.

O Serviço Meteorológico de Israel calculou, segundo o Times of Israel, que choveria nas regiões próximas à fronteira com Gaza um quarto de toda a média do mês de dezembro em apenas 24 horas.

Áreas no sul da faixa palestina, onde está concentrada a maioria dos refugiados, já registraram inundações, fazendo com que barracas improvisadas fiquem em meio a um lamaçal.

Tel Aviv também vê crescer a pressão internacional para recuar. A Assembleia-Geral da ONU aprovou na noite desta terça-feira resolução que pede cessar-fogo imediato na guerra em Gaza. O texto, porém, tem caráter apenas recomendatório. O conteúdo foi apoiado por 153 dos 193 países-membros -Brasil entre eles. Também recebeu dez votos contrários -como os de Israel e EUA-, e outros 23 se abstiveram.

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