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O crânio de um menino que nasceu na Índia, há 240 anos, com uma doença rara que o deixou com duas cabeças está exposto no Museu Hunterian da Universidade de Glasgow, na Escócia.
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A criança sofria de craniopagus parasiticus, uma malformação muito rara que ocorre durante a divisão do embrião, quando o feto absorve inadvertidamente outro e este acaba localizado no topo da cabeça do gêmeo.
O feto em questão não desenvolveu o corpo, apenas a cabeça e parte do rosto, dando ao gêmeo que sobreviveu duas cabeças.
Esta doença é tão rara que só acontece em três em cada 5 milhões de nascimentos e ainda mais raro é que o bebê sobreviva mais do que dois anos, como aconteceu neste caso.
O mais inusitado, segundo o museu, é que o "parasita" do menino indiano, como é normalmente chamada a cabeça sem corpo, estava praticamente formado e demonstrava uma "personalidade independente".
Tinha olhos e orelhas pouco desenvolvidos, língua pequena e mandíbula malformada, apesar de mexerem.
Quando o menino comia, a segunda cabeça produzia saliva. Além disso, tentava mamar quando via a mama da mãe e lacrimejava. Contudo, estava sempre de olhos abertos e não se ria, nem chorava quando o irmão o fazia, como era esperado.
Vida difícil e curta
A vida do menino indiano, como conta ainda o museu, foi difícil e curta. Mal nasceu, a parteira atirou-o para o fogo. No entanto, alguém, muito provavelmente a mãe, conseguiu salvá-lo, deixando-o apenas com algumas cicatrizes.
Posteriormente, os pais chegaram a fazer dinheiro com o filho, tornando-o numa atração de feira onde era chamado de "aberração". Já para outros, era visto como a reencarnação de uma divindade hindu.
A criança acabou morrendo aos quatro anos, vítima de uma cobra venenosa. Também nessa época, os pais receberam ofertas para comprar o corpo, mas rejeitaram e enterraram-no.
O crânio acabou sendo desenterrado pela Companhia das Índias Orientais para realizar uma autópsia e dado, posteriormente, ao capitão de um navio que o levou para o Reino Unido. Entretanto, não se sabe bem como, a cabeça foi ter ao Museu Hunterian, onde está agora exibida.
Casos mais recentes
O caso mais recente de craniopagus parasiticus remonta a janeiro de 2021. Um bebê nasceu com duas cabeças em Bucareste, na Romênia, mas acabou morrendo poucas horas depois do nascimento.
Em 2004, uma menina chamada Manar Maged nasceu no Egito com a mesma condição. Para sobreviver, os médicos tiveram de remover a segunda cabeça. A cirurgia durou 13 horas e foi um sucesso. Tanto que foi a família foi notícia num programa da Oprah. Contudo, poucos dias antes do seu segundo aniversário, a menina morreu devido a uma grave infecção cerebral.