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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A reinauguração do estádio do Pacaembu, na zona oeste de São Paulo, deverá ficar para o segundo semestre do próximo ano.
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A informação foi dada por Paulo Galli, secretário-executivo de Desestatização e Parcerias, da Prefeitura de São Paulo, em entrevista à TV Globo nesta terça-feira (19). Procurada pela Folha, a gestão Ricardo Nunes (MDB) não respondeu sobre o adiamento e se irá barrar algum evento no estádio no primeiro semestre de 2024.
Passado à iniciativa privada, o local está em obras desde o início do segundo semestre de 2021 -a previsão é que elas terminariam até o fim deste ano, mas estão longe de acabar. Por isso, o adiamento.
"A inauguração será um pouco mais tarde em função do andamento das obras. Deve ser entregue em julho, completa, com as piscinas, ginásios e o campo de futebol", afirmou o secretário à TV.
Mesmo em meio a obras e entulhos, a final da próxima edição da Copa São Paulo de Juniores estava prevista para ocorrer no próximo dia 25 de janeiro -aniversário da cidade de São Paulo- no Pacaembu.
Apesar da fala do secretário adiando a inauguração, em nota, a concessionária Allegra Pacaembu, que tem a concessão do local pelos próximos 30 anos, reafirmou na noite desta terça-feira que as obras de reforma, modernização e restauro "seguem em ritmo acelerado". O texto afirma ainda que o estádio estará apto a receber a final da Copa São Paulo com capacidade reduzida, para aproximadamente 10 mil torcedores, que terão acesso à arquibancada norte.
O gramado, que ainda não existe, deverá ser sintético, caso o jogo consiga ser agendado para o estádio, que sempre foi palco da decisão do torneio de juniores, até o inicio das obras com a concessão.
"A realização do jogo, no entanto, depende da decisão da Federação Paulista de Futebol, em função do desejo das equipes finalistas em jogarem no Pacaembu", diz trecho da nota. "Além de ser necessária, claro, a liberação do alvará de funcionamento por parte do Poder Público."
O espaço que fica no lugar do antigo tobogã -demolido há mais três anos- ainda estará fechado, assim como outros espaços do complexo esportivo para este jogo.
Procurada sobre o local da final da Copa São Paulo, a Federação Paulista de Futebol não respondeu até a publicação desta reportagem.
Em agosto de 1995, a final da Supercopa São Paulo de Futebol Júnior entre Palmeiras e São Paulo, no Pacaembu em obras, terminou em tragédia com um torcedor morto e mais de cem feridos.
Torcedores, que conseguiram acessar o então tobogã em obras, invadiram o gramado armados com pedras e paus, transformando o local em uma guerra campal.
O torcedor são-paulino Márcio Gasparin da Silva, 16, sofreu múltiplos traumatismo após ser agredido diversas vezes e morreu oito dias depois. O palmeirense Adalberto Benedito dos Santos foi condenado a 12 anos de prisão pelo crime -conseguiu progressão de pena e deixou a cadeia cerca de quatro anos depois.
A concessionária também afirmou na nota, que tem outros planos para o estádio à curto prazo. Na nota, a empresa diz que ainda no primeiro semestre de 2024, o complexo estará preparado para receber outros eventos, que irão compor seu cronograma de reabertura.
O Santos, que vai disputar a Série B do Campeonato Brasileiro em 2024, cogitou mandar alguns de seus jogos no Pacaembu. No início do mês, dias antes de sua eleição, o empresário Marcelo Teixeira, que se tornaria presidente do clube mais uma vez, chegou a visitar as obras do estádio.
A reformulação do estádio têm custo estimado em R$ 400 milhões. Na arquitetura, a principal mudança é a substituição do tobogã por um prédio de nove andares (quatro subterrâneos e cinco acima do solo) onde haverá um hotel, restaurantes, lojas e escritórios. Haverá uma passarela aberta a pedestres ligando as ruas Desembargador Paulo Passaláqua e Itápolis.
A concessionária pediu a inclusão da praça Charles Miller, que fica em frente ao estádio, no contrato com a prefeitura. A empresa tem um projeto para instalar no local uma piscina de ondas, cinco quadras esportivas, uma pista de skate, piscina infantil e brinquedos, mantendo o local aberto ao público. Como mostrou a Folha de S.Paulo, a gestão municipal negou o pedido.
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