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VIENA, ÁUSTRIA (FOLHAPRESS) - Um novo reator no complexo nuclear de Yongbyon, na Coreia do Norte, parece estar operando pela primeira vez, informaram a agência nuclear da ONU e especialistas independentes nesta quinta-feira (21), o que significaria uma fonte adicional de plutônio para armas nucleares.
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A Coreia do Norte tem usado combustível de um reator nuclear de cinco megawatts em Yongbyon para produzir plutônio para seu arsenal nuclear, mas uma descarga de outro reator maior sugere que ele também está entrando em operação, disse a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).
A Aiea não tem acesso à Coreia do Norte desde que Pyongyang expulsou seus inspetores em 2009. A agência agora observa o país principalmente via imagens de satélite. Sem acesso, o órgão não pode confirmar o status operacional do reator, mas o chefe da Aiea, Rafael Grossi, afirmou que o avanço do programa nuclear de Pyongyang é "profundamente lamentável".
Pesquisadores do Centro James Martin de Estudos de Não Proliferação na Califórnia também concluíram que o reator provavelmente está operando, acrescentando que ele pode ser uma fonte significativa de material nuclear para o programa de armas atômicas, que é proibido pelo Conselho de Segurança da ONU.
Em um relatório de abril, o Instituto de Ciência e Segurança Internacional, com sede em Washington, estimou que o reator "poderia permitir um aumento nas quantidades de plutônio a uma taxa estimada de cerca de 20 quilogramas de plutônio por ano, uma taxa quatro a cinco vezes maior do que a do pequeno reator adjacente".
O estudo concluiu que a Coreia do Norte pode ter de 31 a 96 ogivas nucleares, dependendo dos tipos de dispositivos sendo construídos e do combustível usado.
A notícia da operação do reator surge no momento em que o líder norte-coreano Kim Jong Un afirmou que um teste de míssil balístico intercontinental esta semana serviu para mostrar que seu país não hesitaria em lançar um ataque nuclear caso provocado por um inimigo.
No domingo (17), a Coreia do Norte disparou dois mísseis balísticos em direção ao mar do Japão, de acordo com a Guarda Costeira do Japão e o Exército sul-coreano. Na segunda (18), o país disparou outro míssil que poderia chegar a uma distância de 15 mil quilômetros, potencialmente atingindo o território dos EUA, o que gerou condenação do assessor de Segurança Nacional do governo americano, Jake Sullivan.
Em setembro, a Coreia do Norte fez uma emenda à Constituição que permite intensificar sua política para desenvolvimento de força nuclear, segundo informou a agência estatal de notícias KCNA. Na ocasião, Kim Jong-un prometeu acelerar a produção de armas nucleares para deter o que ele chamou de "provocações" dos EUA.