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Como presidente do PMDB, o senador Romero Jucá (RR) acusou a presidente Dilma Rousseff de "apelação" e de "perda de equilíbrio e serenidade" ao dizer que havia "dois chefes do golpe, da farsa e da traição", num ataque ao vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
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Jucá saiu em defesa do vice e comparou a presidente Dilma ao ex-presidente Fernando Collor, afirmando que o hoje senador afirmava em 1992 que era vítima de golpe. Além disso, o senador declarou que o ministro-chefe do Gabinete da presidente, Jaques Wagner, deveria pedir a renúncia da própria Dilma e não do vice-presidente Temer.
"Lamento que a presidente Dilma esteja perdendo o equilíbrio, colocando culpa em outras pessoas pelos erros do governo. E, mais do que isso, apelando para um enredo já ultrapassado: porque falar em golpe é o que falou o presidente Fernando Collor há muitos anos. Esse é um enredo batido, copiado e que não deu certo. Portanto, era melhor que a presidente tivesse um pouco mais de equilíbrio e análise dos seus próprios, das suas próprias limitações" disse disse Jucá.
"Lamento que a presidente Dilma esteja perdendo a serenidade e esteja tentando culpar outras pessoas pelo desacerto do seu próprio governo. Se a presidente quer procurar pessoas que atrapalharam o governo, deve olhar para dentro do governo", acrescentou o político.
Jucá também defendeu Eduardo Cunha. "O governo está pagando pelos erros que cometeu. Não é o presidente Michel Temer, não é nenhum membro do Congresso que está fazendo alguma ação deliberada".
O senador disse ainda que Temer não tem motivo para renunciar. "Querer propor a renúncia do presidente Michel Temer é querer imolar alguém que não tem culpa no cartório", explicou Jucá.
O líder do OMDB espera que os deputados da sigla votem, na sua maioria, a favor do impeachment no domingo. Num recado ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), Jucá disse esperar que o processo seja rápido no Senado, caso seja aprovado na Câmara.