© Reuters/Florence Lo
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ano de 2023 foi o mais quente na China desde que começaram os registros meteorológicos no país, há mais de 60 anos. A informação foi divulgada pela rede de televisão estatal CCTV nesta terça-feira (2), depois de o país bater vários recordes de temperatura e de ter sofrido inundações devastadoras.
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A temperatura média nacional na China no ano passado foi de 10,7 °C, informou a emissora, citando o Centro Nacional do Clima. A temperatura na maior parte do país foi entre 0,5 °C e 1 °C mais elevada do que a média.
Ao longo do ano, 127 estações meteorológicas chinesas superaram marcas históricas de temperatura diária.
A capital do país, Pequim, quebrou um recorde de 23 anos, com 27 dias consecutivos de temperaturas acima dos 35 °C. Em meados de julho, no verão do hemisfério norte, a região de Xinjiang registrou 52,2 °C, a maior temperatura desde que começaram os registros no país.
Especialistas advertem que o aquecimento global causado pelas emissões de gases de efeito estufa aumenta a frequência e a intensidade condições climáticas extremas.
Segundo o grupo de pesquisa WWA, que estuda as causas por trás de eventos climáticos extremos, devido à crise climática, as ondas de calor são cada vez mais frequentes no país.
Os cientistas estimam eventos como o registrado em julho ocorram ao menos uma vez a cada cinco anos na China. No entanto, eles destacam que sem os impactos das mudanças climáticas causadas pelas atividades humanas, esses eventos de calor extremo seriam extremamente raros, ocorrendo cerca de uma vez a cada 250 anos.
Além do calor recorde, em 2023 também houve inundações devastadoras no norte da China. Em agosto, os chineses testemunharam as piores tempestades em 140 anos. No mês seguinte, o tufão Haikui provocou inundações no sudeste do país, deslocando milhares de pessoas