Se CPI me chamar, será como convocar a Arquidiocese de SP, diz padre Júlio Lancellotti

A CPI proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil) tem como objeto o trabalho das ONGs que atuam no centro de São Paulo, especialmente na região da cracolândia

© Getty

Brasil JULIO-LANCELLOTTI 04/01/24 POR Folhapress

(FOLHAPRESS) - Alvo de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que deverá ser instalada na Câmara Municipal de São Paulo a partir de fevereiro, o padre Júlio Lancellotti afirma que um eventual chamado para que preste depoimento será como convocar a Arquidiocese de São Paulo, à qual está vinculada a Pastoral do Povo da Rua, liderada por ele na capital.

PUB

A CPI proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil) tem como objeto o trabalho das ONGs que atuam no centro de São Paulo, especialmente na região da cracolândia. Nas redes sociais e em entrevistas, no entanto, ele deixa claro que o principal alvo é o padre, de quem é um crítico.

Tanto é assim que a escolha das duas entidades que estarão no escopo da CPI, Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto, conhecida como Bompar, e o coletivo Craco Resiste, seriam as mais próximas da atuação do padre, na leitura do vereador.

A primeira é uma entidade filantrópica ligada à igreja católica da qual o padre Júlio foi conselheiro, mas hoje não é mais. A segunda atua contra a violência policial na região da cracolândia.

O padre afirma que não faz parte de nenhuma ONG e não tem qualquer envolvimento com projetos que envolvam dinheiro público, e que, por isso, não vê sentido em ser investigado.

"Se eu for chamado a falar, de que ONG vão falar que eu sou? Ou, se me convocarem, estarão convocando a Arquidiocese de São Paulo. A minha ação é da arquidiocese, que não é ONG e não é conveniada com a prefeitura. Não vão encontrar dinheiro público em nenhuma das ações", afirma.

"O que a Câmara pode fazer é fiscalizar dinheiro público. Não existe CPI para fiscalizar a igreja", acrescenta.

Sobre as críticas que lhe são dirigidas pelo vereador, ele diz que são próprias de "uma sociedade pluralista, diversa, e ainda mais polarizada como a nossa". "Faz parte", completa.

Nesta quarta-feira (3), o padre diz que seu telefone está "atolado de mensagens do Brasil inteiro". Ele afirma ter recebido contatos e manifestações de apoio da Comissão de Direitos Humanos da OAB e do Ministério dos Direitos Humanos.

Nas redes sociais, instituições, parlamentares, lideranças da sociedade civil e artistas publicaram mensagens em solidariedade ao pároco.

"Recebo com carinho, com emoção, sabendo que a gente apanha muito, mas também tem apoio. É uma luta inglória, difícil", conclui Lancellotti.

Leia Também: CPI que mira padre Júlio Lancellotti deve ser instalada em fevereiro

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo Investigação Há 8 Horas

Laudo aponta que míssil da Rússia derrubou avião no Cazaquistão

fama Luto Há 11 Horas

Morre ator Ney Latorraca, aos 80 anos

fama Bebê Há 14 Horas

Neymar será pai pela quarta vez e terá segunda filha com Bruna Biancardi

fama Festas Há 13 Horas

Filho de Leonardo, João Guilherme dispensa Natal do pai e passa com Xuxa

mundo Cazaquistão Há 12 Horas

Nevoeiro, aves, míssil russo… O que se sabe sobre a queda de avião?

fama Emergência Médica Há 6 Horas

Internado na UTI, saiba quem é Toguro, influencer indiciado por homicídio

mundo Avião Há 12 Horas

Corpo é encontrado no trem de pouso de avião no Havai

lifestyle Saúde Há 12 Horas

Nariz entupido? Saiba como resolver este incômodo

fama Celebridades Há 21 Horas

Por que esses famosos não comemoram o Natal?

politica Justiça Há 13 Horas

Chefe da PM responsável pela Esplanada sugeriu combinar defesa sobre 8/1