Israel reforça ataques no sul de Gaza e diz ter desmantelado Hamas na região norte

As ofensivas indicam uma nova fase na guerra iniciada em 7 de outubro, quando extremistas da facção romperam barreiras e assassinaram aproximadamente 1.200 pessoas em Israel

© Getty

Mundo ISRAEL-GAZA 08/01/24 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Israel intensificou nesta segunda-feira (8) os bombardeios no sul da Faixa de Gaza, atingindo cerca de 30 alvos do Hamas, segundo Tel Aviv, após as Forças Armadas do país afirmarem terem "concluído o desmantelamento" da estrutura militar do grupo terrorista na região norte do território palestino.

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As ofensivas indicam uma nova fase na guerra iniciada em 7 de outubro, quando extremistas da facção romperam barreiras e assassinaram aproximadamente 1.200 pessoas em Israel.

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse ao jornal americano Wall Street Journal que as forças do país passarão para uma "etapa menos intensa" no norte de Gaza, enquanto as ações se concentrarão nas regiões central e sul do território.

Nota divulgada pelo governo de Israel confirmou a declaração de Gallant e disse que a transição começaria em breve, mas sem estabelecer uma data. Quase cem dias após a eclosão do conflito, contudo, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, descartou o fim da guerra até que o país tenha alcançado todos os seus objetivos, incluindo a "eliminação completa" do Hamas e das ameaças militares em Gaza, além da devolução ou resgate dos reféns ainda mantidos em cativeiros.

Tel Aviv disse ainda ter atingido "alvos significativos" do Hamas em ataques feitos por caças nas últimas horas. Os alvos incluíram instalações subterrâneas, depósitos de armas e outras infraestruturas do Hamas, de acordo com militares mencionados pelo jornal The Times of Israel. As ações ajudaram as forças que estão "manobrando na área a continuar lutando", disse comunicado divulgado pelo governo.

Uma incursão militar no sul de Israel teria descoberto um túnel usado por terroristas próximo a uma escola na cidade de Khan Younis, a maior da região sul do território. Armas, explosivos, equipamentos para comunicação e documentos teriam sido apreendidos em outras infraestruturas localizadas ao lado de residências civis.

Durante a operação, vários foguetes foram disparados contra as tropas, que, em resposta, direcionaram fogo de tanques e um ataque aéreo contra a célula terrorista responsável, segundo o Times of Israel. Em outra região de Khan Younis, as tropas também se envolveram em batalhas com terroristas escondidos na cidade, direcionando ataques de drones enquanto os caças apoiavam pelo alto.

O Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas, disse nesta segunda que 73 palestinos foram mortos em Gaza nas últimas 24 horas. No total, mais de 23 mil pessoas morreram em ataques atribuídos a Israel desde o começo da guerra, e ao menos 58 mil ficaram feridas.

Sob pressão após a morte de civis, autoridades israelenses anunciaram no último dia 1º a retirada de parte de suas tropas de Gaza. Embora a maioria dos soldados deva voltar à vida civil, relatos na imprensa israelense sugerem que pode haver um deslocamento de efetivo para reforçar a fronteira norte com o Líbano, onde tropas trocam fogo com extremistas do Hezbollah, grupo extremista islâmico patrocinado pelo Irã e que apoia o Hamas.

As escaramuças diárias ficaram mais tensas nos últimos dias, após Israel matar Saleh al-Arouri, o número dois da ala política do Hamas, em um ataque com drone no sul de Beirute, território controlado pelo Hezbollah. O grupo xiita jurou vingança, e o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou que Tel Aviv tentava arrastar o Líbano para a guerra contra os palestinos.

Apesar das ameaças, outro comandante do Hezbollah foi morto em um ataque atribuído a Israel nesta segunda. Líderes da facção o identificaram como Wissam al-Tawil, um dos chefes da força de elite do grupo Radwan. Eles disseram que ele e outro combatente foram mortos após um bombardeio atingir o carro em que estavam na região de Majdal Selm, no sul do Líbano.

Ataques israelenses já mataram mais de 130 combatentes do Hezbollah em território libanês desde o começo da guerra contra o Hamas, em 7 de outubro. Outros 19 foram mortos na Síria. A facção, contudo, por ora tem evitado expandir o conflito -o último combate aberto entre ambos os lados ocorreu em 2006. Mas os acontecimentos recentes aumentam o medo de que a guerra Israel-Hamas se espalhe.

Os Estados Unidos e aliados do G7, o grupo que reúne algumas das principais economias do mundo, estão buscando uma saída rápida da fase militar do conflito de Gaza, disse a Itália em comunicado nesta segunda, enquanto o secretário de Estado americano, Antony Blinken, e os seus homólogos da União Europeia fazem um tour no Oriente Médio numa tentativa de arrefecer a crise.

Blinken se reuniu com autoridades dos Emirados Árabes Unidos e da Arábia Saudita nesta segunda antes de seguir para Israel, buscando, segundo Washington, dar início a esforços de paz que são necessários para evitar uma a propagação do conflito.

O americano iniciou um esforço diplomático de cinco dias no Oriente Médio por Jordânia e Qatar no domingo (7), na quarta visita à região desde os ataques de 7 de outubro. "Este é um momento de profunda tensão. Esse é um conflito que pode facilmente se transformar em uma metástase, causando ainda mais insegurança e sofrimento", afirmou Blinken.

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