© Lucas Figueiredo / CBF
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O retorno de Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) foi bem recebida pela Fifa (Federação Internacional de Futebol) e pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol).
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Representantes das duas entidades estiveram nesta segunda-feira (8) reunidos com Ednaldo na sede da CBF, no Rio de Janeiro, e demonstraram alívio com a recondução do dirigente ao cargo, após decisão liminar do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes.
"A Fifa veio aqui para garantir a independência da CBF e o cumprimento dos estatutos da Fifa e da Conmebol. Ficamos aliviados com a decisão do STF que restaura a presidência da CBF a Ednaldo", afirmou o diretor de assuntos jurídicos da Fifa, Emílio Garcia, que esteve acompanhado do gerente jurídico da Conmebol, Rodrigo Aguirre.
"Estamos contentes que voltamos à situação original, em que o futebol brasileiro elege o seu presidente", acrescentou Garcia.
Fifa e Conmebol anunciaram que viriam ao país na semana de 8 de janeiro para inspecionar a situação do futebol brasileiro depois de uma decisão de dezembro do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) que destituiu Ednaldo Rodrigues do cargo de presidente da CBF.
A decisão da Justiça carioca colocou o presidente do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), José Perdiz, no cargo de presidente em exercício da CBF, com a missão de convocar novas eleições em até 30 dias.
As entidades alertaram à CBF que a interferência externa, por parte da Justiça comum, poderia acarretar em punições, como a exclusão da seleção e dos clubes brasileiros de competições organizadas por elas.
Ao reconduzir Ednaldo ao cargo, Gilmar Mendes chegou a citar o risco de a seleção brasileira não poder disputar os Jogos Olímpicos de Paris entre as argumentações que embasaram a decisão.
Na visita desta segunda-feira, o risco de exclusão do Brasil em competições organizadas pela Fifa e pela Conmebol foi descartado.
"A CBF e o futebol brasileiro estavam em risco", disse o diretor da Fifa. "Havia um risco real de que o Conselho da Fifa impedisse as seleções brasileiras, em todas as categorias, e os clubes brasileiros de disputar competições internacionais", afirmou Garcia.
A decisão de Gilmar ainda precisa ser ratificada pelo plenário do STF, o que deve ocorrer apenas em fevereiro.
Ednaldo Rodrigues defendeu que o momento agora é de "restaurar a normalidade". "Temos muitos compromissos que são inadiáveis e urgentes com relação ao calendário do futebol brasileiro."
Ele concluiu a inscrição da seleção brasileira para o torneio pré-olímpico na última sexta-feira (5), no dia seguinte à sua recondução ao cargo, o último do prazo para que as seleções confirmassem a participação.
"Queremos que a partir de agora nos concentremos no desenvolvimento do futebol brasileiro, em todas as suas modalidades, em todos os seus segmentos e em todos os seus estados", acrescentou o cartola brasileiro, que teve como primeiro ato pós-recondução demitir o técnico interino Fernando Diniz e contratar Dorival Júnior, em acerto até 2026.