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À frente, o FMI espera que o Brasil volte a acelerar o passo. O Fundo estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do País cresça 1,9% em 2025, projeção inalterada frente às estimativas divulgadas pelo organismo em outubro do ano passado.
"Muitas economias continuam a demonstrar grande resiliência, com o crescimento a acelerar no Brasil, na Índia e nas principais economias do Sudeste Asiático", diz o economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, em comentário sobre as novas projeções econômicas do Fundo.
Apesar disso, o Brasil deve crescer em ritmo aquém ao estimado para a América Latina em 2024, a despeito do corte na projeção do organismo para a região. O Fundo vê a economia latina crescendo 1,9% neste ano, 0,4 ponto porcentual abaixo da sua estimativa anterior. Para 2025, o FMI espera que a América Latina retome o fôlego e cresça 2,5%, mesmo avanço projetado para o PIB do ano passado.
Segundo o Fundo, a revisão regional é justificada pela expectativa de mais um ano de recessão na Argentina, devido ao "ajuste político significativo para restaurar a estabilidade macroeconômica" do país. Sob o governo de Javier Milei, o país deve amargar uma queda de 2,8% neste ano, projeção piorada em 5,6 pontos porcentuais. No ano passado, a Argentina já havia encolhido 1,1%, conforme as projeções do organismo. Para 2025, porém, o Fundo vê recuperação, com crescimento de 5,0%, uma melhora de 1,7 p.p. frente às projeções de outubro.
Por outro lado, o FMI destaca a melhora das projeções para grandes economias como a do Brasil e do México em 2024. No caso da economia mexicana, o Fundo melhorou a sua projeção em 0,6 p.p., para uma alta de 2,7% neste ano. O país tem se beneficiado de maiores volumes de negócios com países vizinhos, o chamado 'nearshoring', na esteira da pandemia e das tensões geopolíticas agravadas pela guerra na Ucrânia e, mais recentemente, no Oriente Médio.
"A melhoria nas projeções para o Brasil e O México reflete, em grande parte, os efeitos de transferência de uma demanda interna mais forte do que o esperado e de um crescimento superior ao previsto nas grandes economias parceiras comerciais em 2023", diz o FMI, no relatório.
Fiscal e monetária
O FMI afirma ainda que sua visão para o quadro fiscal das economias emergentes e em desenvolvimento é "neutra". A exceção, diz o Fundo, é o Brasil e a Rússia, que tiveram sua política fiscal flexibilizada no ano passado.
Nesse sentido, o organismo vê os países emergentes e em desenvolvimento com maior restrição de gastos em 2024, diante da necessidade de recompor as contas e conter a trajetória ascendente da dívida. "Espera-se que esta mudança abrande o crescimento no curto prazo", alerta o Fundo.
Já a política monetária tem sido "assíncrona" entre os países ricos e os emergentes, define o FMI. Isso porque enquanto economias como as da Europa e dos EUA avaliam o momento certo de começar a cortar os juros neste ano, na América Latina, a flexibilização já começou.
"Alguns países com inflação em queda - incluindo o Brasil e o Chile, onde os bancos centrais apertaram a política mais cedo do que noutros países - as taxas de juro têm diminuído desde o segundo semestre de 2023", reconhece o FMI.
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