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Israel alertou hoje que o tempo está se esgotando para encontrar uma solução diplomática no sul do Líbano, palco de tiroteios diários há meses entre Israel e o movimento pró-iraniano Hezbollah.
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"Israel tomará medidas militares para trazer de volta os cidadãos retirados de suas casas" no norte do país, se não for possível outra solução, afirmou o chefe de diplomacia israelita, Israel Katz, em encontro com o homólogo francês, Stéphane Séjourné, que está em visita a Israel como parte de uma digressão pelo Oriente Médio.
Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita reuniu-se com Séjourné para analisar a necessidade de encontrar uma "solução diplomática" para a tensão na fronteira com o Líbano, bem como o futuro da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Médio (UNRWA).
Sobre a situação na fronteira entre Israel e o Líbano, que registra a maior troca de tiros desde 2006, Katz sublinhou que, se não for encontrada uma solução diplomática para a retirada do Hezbollah do sul do Líbano, junto à fronteira desmilitarizada, "Israel atuará militarmente para fazer regressar os cidadãos retirados às suas casas".
"O ministro Katz agradeceu a Séjourné a decisão de rever o futuro do financiamento da UNRWA, à luz das revelações sobre o envolvimento dos seus funcionários no massacre de 07 de outubro", lê-se no comunicado.
Depois de a UNRWA ter despedido 13 funcionários e iniciado uma investigação sobre as alegadas ligações ao Hamas e ao envolvimento nos ataques de 07 de outubro, 16 países anunciaram que iam cortar o financiamento à agência, incluindo os Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Alemanha e Japão, o que resultou na perda de mais de metade do seu financiamento.
A França anunciou o congelamento do financiamento da UNRWA durante seis meses, enquanto se aguarda a confirmação das acusações contra a agência, que Israel acusa de "ser o Hamas".
Katz e Séjourné começaram a trabalhar no sentido de encontrar alternativas para substituir a UNRWA na prestação de ajuda humanitária na Faixa de Gaza quando a guerra terminar, refere o comunicado.
O ministro israelita agradeceu igualmente aos franceses o papel desempenhado no envio de medicamentos para a Faixa de Gaza, há duas semanas, no âmbito de um acordo com o Hamas, mediado pelo Qatar e pela França, alguns dos quais se destinavam a chegar aos restantes reféns no interior da Faixa de Gaza.
O chefe da diplomacia francesa deverá ainda encontrar-se com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e com o presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, em Ramallah, durante a tarde, e visitar familiares dos reféns em Telavive, antes de concluir a visita.
Séjourné encontra-se em Israel para uma semana de visitas diplomáticas muito preenchida, uma vez que o país aguarda também a chegada do Presidente argentino, Javier Milei, na sua primeira viagem oficial ao estrangeiro desde que assumiu o cargo, e do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que aterrará no final da semana em curso como última paragem de uma viagem regional ao Oriente Médio para promover uma trégua na Faixa de Gaza.