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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (5) que o preço do querosene de aviação, o QAV, não pode ser usado como justificativa para o aumento das passagens aéreas no Brasil. Haddad destacou que o valor do combustível vem em trajetória de baixa.
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A declaração ocorre em meio a uma pressão das companhias aéreas por medidas de socorro junto ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após os impactos da pandemia.
O setor reclama do patamar de preços do QAV, argumentando que a Petrobras teria mais espaço para reduzi-lo -a estatal contesta essa avaliação. Na semana passada, a companhia afirmou que, em 12 meses, cortou em cerca de 30,3% o valor do combustível para as distribuidoras.
"Vamos esclarecer que o preço do querosene [de aviação] caiu durante o nosso governo. O preço do querosene não pode ser justificativa para aumento do custo de passagem aérea", disse Haddad.
A declaração ocorreu em uma entrevista após o ministro participar de um encontro com pesquisadores do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) no Rio de Janeiro.
Haddad afirmou que o governo está estudando uma possível ajuda para a reestruturação do setor aéreo, mas sem dinheiro do Tesouro Nacional. O ministro estimou que uma proposta de auxílio poderá ser desenhada ainda neste mês de fevereiro.
"Vamos entender melhor o que está acontecendo. Não existe socorro com dinheiro do Tesouro. Isso não está nos nossos planos. O que está eventualmente na mesa é viabilizar uma reestruturação do setor, mas que não envolva despesa primária", afirmou Haddad.
A coluna Painel S.A. apurou que, em uma reunião com Lula prevista para esta semana, as companhias aéreas reforçarão um pedido feito a Haddad de ao menos R$ 3 bilhões em linhas de crédito. Sem isso, elas não devem aderir ao programa Voa Brasil, cuja ideia é ofertar passagens a R$ 200 para grupos específicos.
Nesta segunda, Haddad disse que a ajuda ao setor "pode ter" a criação de um fundo, mas ele reforçou que o auxílio não contará com despesas primárias. No final do ano passado, o ministro demonstrou preocupação com o impacto das passagens aéreas na inflação.