Associação médica entra com ação para barrar 'pílula do câncer'

A expectativa é de que nas próximas 48 horas haja uma decisão sobre o pedido de liminar

© DR

Brasil Saúde 15/04/16 POR Estadao Conteudo

A Associação Médica Brasileira (AMB) protocolou nesta sexta, 15, uma ação direta de inconstitucionalidade (ADI) e um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para suspender a lei que permite o uso da fosfoetanolamina sintética, a "pílula do câncer".

PUB

O coordenador jurídico da entidade, Carlos Michaelis Júnior, argumenta que a lei, sancionada na quinta-feira pela presidente Dilma Rousseff, representa uma ameaça à saúde pública. "Não há nenhum estudo mostrando se o produto é eficaz. Além disso, há um grave risco de pacientes abandonarem tratamentos recomendados para usar algo que não sabemos nem mesmo a composição", completou.

A lei libera a produção, uso e prescrição do composto para pessoas com câncer, apesar de ele nunca ter sido avaliado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Pacientes podem adquirir o produto desde que apresentem laudo médico que comprove o diagnóstico e uma assinatura de termo de consentimento.

A expectativa é de que nas próximas 48 horas haja uma decisão sobre o pedido de liminar. "É preciso interromper os efeitos dessa lei o quanto antes." A fosfoetanolamina sintética começou a ser produzida num laboratório do Instituto de Química de São Carlos, da Universidade de São Paulo, há mais de 20 anos. Até 2014, as pílulas eram distribuídas para pessoas interessadas. A prática foi interrompida depois de a USP editar uma norma proibindo a distribuição de produtos experimentais para população, o que gerou uma série de ações judiciais.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária avalia também a possibilidade de ingressar com medidas regulatórias para tentar reduzir os riscos dos efeitos da lei. A autarquia descartou a possibilidade de entrar com ação na Justiça. Desde que a proposta foi aprovada no plenário da Câmara dos Deputados, a Anvisa sustenta que a liberação do uso do composto traz riscos para saúde pública e abre um perigoso precedente, pois despreza as regras existentes para a produção e desenvolvimento de medicamentos e coloca no mercado, sob força de lei, uma substância que fica à margem de qualquer possibilidade de controle.

"Quem garantirá ao consumidor que a substância que está adquirindo não é uma inescrupulosa falsificação? Quem garantirá que a quantidade da substância informada na embalagem é efetivamente a que existe no interior de cada cápsula?", questionou, em nota, a autarquia.

Além da Anvisa, outros órgãos do governo se manifestaram contrariamente à sanção da lei. A presidente Dilma Rousseff, no entanto, para evitar desgaste às vésperas da votação do processo de impeachment, decidiu pela sanção.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo Investigação Há 12 Horas

Laudo aponta que míssil da Rússia derrubou avião no Cazaquistão

fama Luto Há 15 Horas

Morre ator Ney Latorraca, aos 80 anos

fama Bebê Há 17 Horas

Neymar será pai pela quarta vez e terá segunda filha com Bruna Biancardi

fama Festas Há 16 Horas

Filho de Leonardo, João Guilherme dispensa Natal do pai e passa com Xuxa

fama Emergência Médica Há 10 Horas

Internado na UTI, saiba quem é Toguro, influencer indiciado por homicídio

mundo Cazaquistão Há 15 Horas

Nevoeiro, aves, míssil russo… O que se sabe sobre a queda de avião?

mundo Avião Há 16 Horas

Corpo é encontrado no trem de pouso de avião no Havai

lifestyle Saúde Há 16 Horas

Nariz entupido? Saiba como resolver este incômodo

fama Tragédia Há 9 Horas

Ator de 'Baby Driver', Hudson Meek, morre aos 16 anos

politica Justiça Há 17 Horas

Chefe da PM responsável pela Esplanada sugeriu combinar defesa sobre 8/1