Empresariado não espera pela votação e já se mexe para emplacar propostas

Eles pretendem enterrar a ideia de recriar a CPMF, flexibilizar as leis trabalhistas e deixar de controlar o retorno das empresas que vencerem leilões de concessões de serviços públicos

© Reuters

Economia Michel Temer 16/04/16 POR Notícias Ao Minuto

O empresariado não esperou pela votação do impeachment, marcada para ocorrer no domingo (17). As lideranças dos principais setores produtivos já trabalham nas propostas para entregar ao vice Michel Temer (PMDB), caso ele realmente assuma a Presidência do país, segundo a Folha de S. Paulo. 

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Representantes da indústria, da agricultura e do comércio querem emplacar medidas que vão contra o receituário adotado pela presidente Dilma Rousseff. 

Eles pretendem enterrar a ideia de recriar a CPMF e aumentar outros impostos, flexibilizar as leis trabalhistas e deixar de controlar o retorno das empresas que vencerem leilões de concessões de serviços públicos, entre outros pedidos. 

A indústria objetiva que as negociações trabalhistas sejam feitas diretamente entre empresas e seus funcionários, e os empresários do agronegócio querem juntar o Ministério da Agricultura com o do Desenvolvimento Agrário. 

Pedem ainda a redução do número de ministérios e dos gastos públicos com funcionalismo e racionalização no uso dos recursos destinados a programas sociais e de estímulo à economia. 

As propostas ainda não estão concluídas, mas vêm sendo discutidas informalmente com emissários de Temer. Entre eles estão os ex-ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha.  

A equipe que rodeia Temer procura entidades como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Confederação Nacional do Comércio (CNC) e a Confederação Nacional dos Transportes (CNT), as federações da indústria de São Paulo (Fiesp) e do Rio (Firjan). 

Eles querem evitar a vinculação direta com grandes empresários para não dar margem à interpretação de que seu governo trocaria a agenda social, pela do capital. 

Temer afirma publicamente que não cortará programas sociais, porém deve revê-los.

"Com um cenário político estável, acreditamos que haverá uma retomada rápida da economia", disse Paulo Skaf, presidente da Fiesp. 

Os principais setores da economia pedirão ao vice-presidente: Garantia de crédito para produção com taxas mais baixas; Liberação de pelo menos R$ 750 milhões em recursos para o seguro agrícola; Flexibilização da legislação trabalhista e o fim de loteamento político na pasta. 

Na questão industrial solicitarão: Evitar a valorização excessiva do real (queda do dólar); Aumento da terceirização; Negociações trabalhistas serem feitas diretamente entre empresas e seus funcionários; Enterrar a CPMF e qualquer outra medida que aumente impostos. Nos transportes o objetivo é: Acelerar programa de concessões, começando pelas rodovias e a revisão do modelo de privatização, acabando com o controle das taxas de retorno, e permitindo sistemas mistos de investimento público e privado no caso das ferrovias.

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