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MARCELO TOLEDORIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - Dois homens foram presos em Goiás por se passarem por diretores de bancos e aplicarem golpes em fazendeiros e empresários que podem ter chegado a R$ 9 milhões.
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O esquema era sofisticado: os golpistas circulavam bem vestidos, com ternos, e programavam encontros com as vítimas em locais de alto padrão, como salões em hotéis, que eram caracterizados para ficarem parecidos com eventos promovidos por instituições financeiras, segundo a polícia.
Os criminosos prometiam liberar empréstimos de valores milionários a produtores rurais e empresários, com condições especiais, a troco de receberem uma porcentagem como comissão.
A Polícia Civil de Goiás informou ter identificado até agora sete vítimas, que tiveram prejuízo superior a R$ 4,7 milhões. "Tudo aponta que os fraudadores tenham feito, por todo o país, inúmeras outras vítimas", diz a instituição.
Gilberto Rodrigues de Oliveira, 54, e Girlandio Pereira Chaves, 49, foram detidos em Goiânia na última sexta-feira (9) pelo Grupo de Repressão a Estelionatos e Outras Fraudes, da Polícia Civil de Goiás. Um terceiro envolvido, que de acordo com a polícia é Luciano Oliveira Gomes, 49, está foragido. A Folha de S.Paulo não conseguiu nesta terça-feira (13) identificar defensores dos envolvidos.
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) era a instituição mais utilizada pelos investigados para a prática do crime. Em maio, o presidente do banco, Aloizio Mercadante, levou ao então ministro da Justiça, Flávio Dino, denúncia sobre essas fraudes.A investigação começou em dezembro, mês em que uma procuradora aposentada do TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Tocantins teve prejuízo de R$ 1 milhão ao pedir um empréstimo de R$ 15 milhões.Como uma espécie de "garantia" pelo dinheiro que seria entregue a ela, os criminosos lhe deram uma bolsa cheia de dólares falsos e fugiram com o dinheiro da procuradora. Ao ser preso, Oliveira portava mais de R$ 39 mil em espécie.
A suspeita da polícia é que os crimes já eram praticados desde 2004. Agora, a dupla foi detida por suspeita de estelionato e associação criminosa. Os três envolvidos possuem antecedentes criminais variados, conforme a polícia.
Pereira, por exemplo, tinha um mandado de prisão em aberto da Justiça do Espírito Santo desde maio de 2016.
No Distrito Federal, ainda de acordo com a Polícia Civil, os três são procurados desde junho do ano passado por fraudes que chegam a R$ 3,2 milhões. A polícia chegou a cumprir mandados de busca e apreensão em Goiânia naquele mês, mas não os localizou.
A polícia goiana está divulgando fotos e nomes dos suspeitos com o objetivo de que eventuais vítimas procurem a corporação para efetuar denúncias.
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