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A dirigente diz que a inflação tem desacelerado de modo "significativo". E repetiu que as taxas de juros estão em níveis que, "mantidos por um prazo suficientemente longo, farão uma contribuição substancial para garantir que a inflação retorne para nossa meta de médio prazo de 2% em tempo hábil".
O processo de desinflação deve continuar e o conselho precisa ter confiança de que a inflação caminha de modo sustentável para a meta de 2%, enfatiza. "Nós continuaremos a seguir uma abordagem dependente dos dados para determinar o nível apropriado e a duração da restrição, levando em conta a perspectiva de inflação, a dinâmica da inflação subjacente e a força da transmissão da política monetária."
Lagarde afirma que preços altos de energia e a maior instabilidade geopolítica representam uma ameaça à competitividade da zona do euro. Isso se soma a desafios estruturais existentes para o continente, como o envelhecimento, mudanças climáticas e a digitalização. Segundo ela, para manter "soberania monetária e prosperidade econômica nesses tempos desafiadores", é essencial reforçar a resiliência a choques e investir em autonomia estratégia. Ela defende que uma Europa unida busque progressos em três dimensões cruciais: independência, investimento e integração.
A presidente do BCE afirma que a zona do euro precisa fazer progresso em independência no setor de energia. Ao lembrar a dependência da região da energia russa, quadro abalado pela guerra travada pelos russos na Ucrânia, que forçou os europeus a buscar reduzir a vulnerabilidade a choques globais e melhorar a segurança energética. "A capacidade das empresas europeias de competir globalmente dependerá de uma menor dependência em energia", afirmou. Ela pede que se avance mais nas energias renováveis, com aumento do investimento em energia verde e tecnologias verdes.
Lagarde ainda destaca que, apesar da economia fraca, o mercado de trabalho tem se mantido resiliente, embora com "alguns sinais de enfraquecimento". Há alguns sinais preliminares que apontam para retomada econômica mais adiante neste ano, considera. A inflação, por sua vez, tem desacelerado. O núcleo dos preços também desacelera, refletindo o quadro nos bens, "enquanto a inflação de serviços permanecia mais persistente".
A presidente do BCE também recorda o fato de que as pressões dos salários "continuam fortes". Esse componente deve ser cada vez mais importante na dinâmica da inflação nos próximos trimestres, o que reflete a demanda dos empregados por compensação inflacionária e os mercados de trabalho apertados, diz. "Ao mesmo tempo, a contribuição dos lucros - que recentemente representavam boa parte da alta nas pressões de custos domésticos - está recuando, o que sugere que, como esperado, o avanço nos custos com trabalho estão em parte absorvidos pelos lucros e não são totalmente repassados aos consumidores", afirma.
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