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Maristela Peres Rangel, bióloga professora e mentora do Colégio Mackenzie, explica que o cruzamento e fecundação entre animais distintos é possível, mas a tendência é que este não seja o caso dos animais do aquário americano. "Só conseguimos filhotes híbridos com espécies muito próximas como leões e tigres, mas o que sai dessa reprodução é infértil, a espécie não se perpetua. Não é o que aconteceu entre a arraia e o tubarão."
No caso de Charlotte, nos Estados Unidos, Maristela acredita se tratar de um caso de reprodução por partenogênese. "É um processo de reprodução assexuada em que algumas fêmeas, em função do ambiente em que estão, acabam gerando descendentes sozinhas", explica.
Ronaldo Christofoletti, professor do Instituto Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), acrescenta que em casos de partenogênese "apenas o óvulo da fêmea é capaz de, nas suas divisões, acabar gerando um novo indivíduo. É raro para espécies que se reproduzem com machos e fêmeas, mas nessa raridade é possível acontecer", afirma.
Os animais tendem a preterir este tipo de reprodução pela baixa chance de manutenção da vida dos filhotes. "Os animais que vão ser gerados à partir da partenogênese não tem variabilidade genética, se tiver é uma variação mínima, a falta dessa variabilidade é um problema de sobrevivência com a passagem dos anos", segundo Maristela.
O anúncio da gravidez foi feito no início do mês nas redes sociais do aquário que realizou transmissões ao vivo para compartilhar o ultrassom do animal. Os biólogos responsáveis atualizam as redes com informações de Charlotte que ainda não deu à luz aos filhotes, evento que é aguardado para realização de testes genéticos.
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