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FÁBIO PESCARINISÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dois militares suspeitos de participação do furto de 21 armas do Arsenal do Exército, em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, acabaram presos na última sexta-feira (23).
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As prisões preventivas, ou seja, sem prazo para liberação, foram decretadas pela Justiça Militar e mantidas após audiência de custódia realizada no sábado (24).Essas são as primeiras prisões preventivas desde a conclusão do inquérito policial militar, no último dia 16, para apurar o furto de 13 metralhadoras .50 e oito de calibre 7,62 do Arsenal de Guerra.
A patente e os cargos dos militares não foram informados pelo Comando Militar do Sudeste. O Exército não disse se podem ocorrer novas prisões.
O caso está sob sigilo, segundo o Ministério Público Militar, que enviou parecer à Justiça Militar durante a realização do inquérito.
Em outubro, o Exército pediu a prisão de seis militares suspeitos de atuarem no crime. As solicitações, porém, foram rejeitadas pela Justiça Militar, que alegou falta de provas suficientes para identificar a materialidade do crime.
Entre as seis pessoas com pedido de prisão na época estava um cabo que, segundo as investigações, era motorista do ex-diretor da unidade, o tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, exonerado do cargo após o furto das armas -o oficial não é suspeito de participação do crime.
O cabo chegou a apresentar um atestado psiquiátrico, depois de se ausentar um dia do quartel da região metropolitana.O militar, segundo as investigações, teria utilizado uma picape de uso do diretor da unidade para transportar as armas para fora do quartel.
O Exército puniu administrativamente 38 militares pelo furto do armamento. Segundo o Comando Militar do Sudeste, entre as punições internas estavam detenções disciplinares, de 1 a 20 dias.
As primeiras punições ocorreram no fim de outubro de 2023, quando 17 militares foram presos administrativamente. Os outros 21 militares foram submetidos às sanções entre novembro e janeiro.
Das 21 armas furtadas, 19 acabaram recuperadas pelas polícias do Rio de Janeiro e de São Paulo.Duas metralhadoras com poder antiaéreo, que podem derrubar helicópteros, continuam desaparecidas.
Segundo relatos, o furto ocorreu nas primeiras horas do feriado de 7 de Setembro, quando o quartel estava esvaziado. O circuito de energia do Arsenal de Guerra foi desligado durante alguns minutos, segundo a apuração militar, o que desativou as câmeras de segurança e o alarme do paiol, que é acionado por movimento.
Sem o alarme e as imagens, pelo menos três militares, entre eles o cabo que apresentou o atestado médico, teriam atuado diretamente para romper o cadeado que mantinha em segurança o armário em que as armas estavam guardadas. As metralhadoras teriam ainda sido transportadas para o carro do próprio Exército, que as levou para fora do quartel.O desaparecimento das armas foi notado apenas no dia 10 de outubro, quando foi verificado que o cadeado e o lacre do local haviam sido trocados.
Após a descoberta, os 480 militares do Arsenal de Guerra de São Paulo ficaram aquartelados por uma semana. A liberação foi gradual.
Levantamento realizado pelo Exército em 2023, a pedido do Instituto Sou da Paz, mostrou que a Força não possui dados unificados e precisos sobre a quantidade de armas furtadas ou desviadas de quartéis.
Os números enviados pelo Exército possuem divergências e informações desencontradas na série histórica desde 2015, em comparação com os dados enviados em 2020 ou com outros levantamentos realizados pela própria Força e enviados a jornais e institutos.
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