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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As Forças Armadas da Ucrânia disseram nesta terça-feira (5) que suas tropas atingiram mais um navio de guerra da Rússia no mar Negro, uma das principais frentes do conflito que se arrasta no Leste Europeu há mais de dois anos. Segundo autoridades de Kiev, drones marítimos destruíram a embarcação de patrulha Serguei Kotov, que seria avaliada em aproximadamente US$ 65 milhões (R$ 321,5 milhões).
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"Como resultado de um ataque de drones marítimos Magura V5, o navio russo Projeto 22160 Serguei Kotov sofreu danos na popa, estibordo e bombordo", escreveu a agência de inteligência ucraniana no aplicativo Telegram.
A embarcação já havia sido danificada em outro ataque durante a Guerra na Ucrânia, mas voltou a navegar após reparos. Agora, o navio ficou completamente destruído, segundo Kiev.
Os militares ucranianos disseram que o ataque ocorreu perto do estreito de Kerch, que separa a Crimeia da Rússia continental e que foi fechado pelas forças de Moscou para navegação. Andrii Iusov, porta-voz do GUR, o serviço secreto militar da Ucrânia, acrescentou que a ação também deixou mortos e feridos, mas que algumas pessoas conseguiram escapar do navio e que não era possível determinar o número exato de baixas.
Um vídeo em preto e branco divulgado pelo Ministério da Defesa ucraniano mostra o que seria o momento do ataque. Na gravação, é possível ver um drone naval se aproximando Serguei Kotov, de 94 metros. Outro drone atinge o navio, o que provoca uma explosão e espalha destroços. A Rússia, como de praxe, não comentou a ação, mas blogueiros militares próximos do Kremlin confirmaram a ofensiva.
Andrii Iermak, chefe de gabinete do presidente Volodimir Zelenski, escreveu no Telegram que a Frota Russa do Mar Negro é um "símbolo de ocupação", numa aparente referência ao ataque com drones. "Ela [a frota] não pode estar na Crimeia ucraniana", disse.
Em dois anos de guerra, as forças de Kiev conseguiram fazer vários ataques contra embarcações russos no mar Negro. De acordo com autoridades de Kiev, cerca de um terço dos navios militares de Moscou na área foram "desativados".
A pequena Marinha ucraniana foi dizimada na guerra, o que na teoria daria controle total das águas para os russos. Houve uma reação mais vistosa com o afundamento da nau-capitânia russa na região, a Moskva, no início do conflito. Mas foi a partir do ano passado, contudo, que ataques com drones aquáticos e mísseis de cruzeiro dados pela França e Reino Unido mudaram o cenário.
De lá para cá, Moscou viu destruídos ou danificados navios no mar e em portos, e até um submarino em reparos numa doca de Sebastopol (Crimeia) acabou destruído. No mês passado, a Ucrânia disse ter afundado o navio de assalto anfíbio e transporte Tsezar Kunikov perto de Alupka, na costa sul da Crimeia. Dias antes, um enxame de drones Magura V5 atingiu a corveta Ivanovets, que ficou bastante danificada.
Tais ataques têm valor militar, já que o Tsezar Kunikov era usado para levar equipamentos e tropas da Rússia para as áreas ocupadas da Ucrânia, mas principalmente simbólico. Essas ações, assim como incursões de drones contra alvos dentro do território russo, não mudam a rota da guerra, mas mostram capacidade de reação de Kiev em um momento crítico -também em fevereiro, as forças de Vladimir Putin tomaram a cidade de Avdiivka, local considerado chave para a conquista da região de Donetsk.
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