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WASHINGTON, eua(FOLHAPRESS) - Donald Trump celebrou sua vitória na Super Terça prometendo "fechar a fronteira" e deportar imigrantes e recuperar a confiança na imprensa, na qual "ninguém confia mais". Sem repetir as alegações sem provas de fraude na eleição de 2020, ele falou sobre a necessidade de um pleito "livre e justo" e, no meio disso tudo, voltou a culpar a China pela Covid, "por incompetência".
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"Vamos ganhar essa eleição porque não temos escolha, se perdermos não vai mais sobrar país", ameaçou, em uma retórica radical em que o pleito é encarado em termos de vida ou morte.
O conteúdo do discurso contrasta com a postura tranquila do empresário, distante da sua habitual performance enérgica. Trump falou por menos de 20 minutos sozinho de um púlpito em seu resort Mar-a-Lago, na Flórida, pouco após ser confirmado o vencedor em ao menos 11 dos 15 estados que realizaram suas primárias e caucuses nesta terça-feira (5).
Sua última concorrente no páreo pela nomeação republicana, Nikki Haley, venceu em apenas um: Vermont. Trump levou Alabama, Arkansas, Colorado, Maine, Minnesota, Massachusetts, Carolina do Norte, Oklahoma, Tennessee, Texas e Virgínia. Os resultados em Utah, Califórnia e Alasca ainda estão pendentes.
"Essa foi uma noite maravilhosa e um dia maravilhoso. Esse tem sido um período incrível na história do nosso país", afirmou o ex-presidente.
Como tem enfatizado em discursos recentes, Trump voltou a destacar imigração, economia e política externa.
"Nossas cidades estão sofrendo com a violência de imigrantes. Eles estão brigando na mão com policiais nas ruas. Se fizessem isso nos países de onde viera, seriam mortos. O mundo está rindo de nós", afirmou, prometendo deportar os "assassinos e traficantes" que estariam sendo "depositados" nos EUA.
Cutucando outro ponto fraco de Joe Biden, o empresário disse que em seu mandato não havia inflação e que, se eleito novamente, os preços vão cair. Trump defendeu os cortes de impostos adotados quando era presidente, prometendo ampliá-los, e o afrouxamento de regulações.
Ele também repetiu ainda que antes do democrata chegar à Casa Branca não havia duas guerras -na Ucrânia e no Oriente Médio- e fez piada com a saúde do atual presidente, afirmando que ele não teria força nem para levantar uma cadeira de praia.
"Nosso país estava se unindo [quando eu era presidente], agora temos um país muito dividido. Uma pessoa usa o governo como arma contra seus oponentes políticos. Isso acontece em países de terceiro mundo", afirmou, em referência aos processos que sofre na Justiça, dois deles por um procurador vinculado ao Departamento de Justiça.
O ex-presidente atacou ainda alvos antigos, como a imprensa e a China. No primeiro caso, disse que os veículos não estão sendo "livres e justos", e que por isso ninguém mais acreditaria neles. "Temos que recuperar isso, é muito importante para o sucesso do nosso país", afirmou.
Com relação a China, Trump disse que melhorou a relação comercial dos EUA com o parceiro e rival, emendando que a Covid foi algo terrível, alegando, sem provas, que o vírus teria sido originado de um laboratório em Wuhan e escapado por incompetência.