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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O grupo Stellantis confirmou nesta quarta (6) um investimento de R$ 30 bilhões no Brasil entre 2025 e 2030. O valor será direcionado para diferentes áreas, mas o foco principal está no desenvolvimento de modelos híbridos flex. Será o maior aporte já feito por uma montadora no país neste intervalo de tempo.
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O anúncio foi feito após encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com executivos da empresa. Carlos Tavares, CEO global do grupo Stellantis, veio ao país para participar da reunião. A fabricante reúne as marcas Fiat, Jeep, Peugeot, Citroën e RAM -todas com veículos produzidos no Brasil. Há linhas de montagem em Minas Gerais, Pernambuco e Rio de Janeiro.
O investimento dará origem a 40 automóveis, número que reúne modelos inéditos e atualizações de veículos que já estão em linha. Segundo a montadora, haverá quatro novas plataformas, que darão origem a carros híbridos flex de diferentes níveis, além de uma opção 100% elétrica.
"Temos a ambição de ter 20% da frota puramente elétrica no Brasil, o que vai depender também da infraestrutura", diz Emanuele Cappellano, presidente do grupo Stellantis na América do Sul.
O executivo afirma que, devido à experiência com o etanol, o Brasil se tornou o centro de desenvolvimento dos novos sistemas híbridos da montadora.
"Temos uma vantagem competitiva, que é o etanol. Até um BEV [carro 100% elétrico] na Europa, considerando a cadeia de fornecimento de energia, não consegue chegar ao nível [de descarbonização] que temos no Brasil", afirma Capellano.
A montadora chama sua futura linha de produtos de Bio-Hybrid. Um dos destaques é a opção e-DCT, equipada com um câmbio automático de dupla embreagem -que é a tradução da sigla DCT, "dual clutch transmission".
Nesse caso, um motor elétrico é instalado junto à caixa de marchas e gerenciado por uma central. Há ainda uma bateria que permite armazenar energia para rodar alguns poucos quilômetros sem queimar combustível (gasolina ou etanol).
A solução vai equipar modelos mais caros da Stellantis, como versões futuras do Jeep Compass. Para os carros compactos, as alternativas são os sistemas de partida otimizados, conhecidos como híbridos leves.
Parte dos R$ 30 bilhões será direcionada à expansão dos serviços de pós-venda, com ampliação dos pontos de atendimento para veículos que já estão fora da garantia.
Em janeiro, o grupo Stellantis adquiriu 70% da Comercial Automotiva, que é dona da rede Dpaschoal. Segundo a montadora, o mercado de autopeças movimentou mais de R$ 96 bilhões na América do Sul em 2022. No Brasil, foram aproximadamente R$ 61 bilhões no período.
No total, os investimentos anunciados por montadoras em 2024 já ultrapassam os R$ 60 bilhões. Na terça (5), a Toyota confirmou um investimento de R$ 11 bilhões para produção de novos modelos híbridos flex. De acordo com a montadora japonesa, serão gerados 2.000 empregos diretos.