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O técnico afirmou que escreveu a carta com a ajuda da mulher e da filha e se disse nervoso diante do assunto sério. Cuca explicou que leu e escutou as críticas que recebeu e entendeu sobre o que se tratavam todas elas.
"Eu escolhi me recolher durante muito tempo, mas consegui seguir a minha vida, enquanto uma mulher que passa por qualquer tipo de violência não consegue seguir a vida dela sem permanecer machucada, carrega o impacto para sempre. Eu consegui seguir minha vida. O mundo do futebol e o mundo dos homens nunca tinha me cobrado nada, mas o mundo está mudando e eu acho que é para melhor."
Cuca afirmou que se calou sobre o tema por muitos anos. "Eu enxergava os problemas, mas me calei porque a sociedade permitia que eu, como homem, me calasse. Hoje entendo que o silêncio soa como covardia. Tenho buscado ouvir mais, entender mais, aprender mais. A realidade tem de ser transformada para que o mundo seja um lugar mais seguro para as mulheres. O mundo do futebol ainda é de muito preconceito. Entendi que quando me cobram não é só sobre mim, é sobre a forma como tratamos as mulheres."
O técnico do Athletico-PR disse também que quer ser parte integrante de uma transformação. "Quero jogar luz, usar a voz que tenho para, ao mesmo tempo que me educo, educar também outros homens, principalmente os jovens que amam futebol."
Por fim, Cuca afirmou que entendeu o que a sociedade espera dele. "Eu pensei que eu estava livre da minha angústia quando solucionei meu problema com a anulação do processo e a indenização. Mas entendi que não acabou porque não dependia apenas da decisão judicial, mas que eu precisava entender o que a sociedade esperava de mim. O que vocês vão ver de mim daqui para frente não serão palavras, serão atitudes."
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