© Getty
RECIFE, PE (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira (13) que o Brasil precisa de um "salto de qualidade" no agronegócio para justificar o investimento do país em ciência e tecnologia.
PUB
"O nosso café ainda precisa de divulgação, de mais qualidade e preparo. Porque o Brasil, embora seja o maior produtor de café, quem ganha mais dinheiro são Itália e Alemanha, que fazem mais torrefação e vendem as máquinas mais modernas e fazem o café espresso, que adoramos. Nós precisamos dar um salto de qualidade para que a gente possa fazer jus ao grau de investimento que a gente fez em tecnologia, ciência e genética", disse Lula.
O presidente ainda afirmou que, na década de 1970, segundo ele, o cerrado era visto como "terra imprestável". "Depois, houve o manejo na terra, passou a ser a região mais produtiva. Houve também o avanço do café brasileiro, não da capacidade de produção, mas da qualidade. As pessoas têm café de qualidade e o mundo precisa aprender que o Brasil produz café de qualidade."
As falas foram proferidas durante a inauguração do Complexo Mineroindustrial da EuroChem, em Serra do Salitre, no Triângulo Mineiro, a 368 quilômetros da capital Belo Horizonte.
Com investimento de US$ 1 bilhão, essa é a primeira unidade de mineração da empresa fora do continente europeu.
Participaram do evento também os ministros Rui Costa (Casa Civil), Carlos Fávaro (Agricultura) e Alexandre Silveira (Minas e Energia), além do vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB).
Adversário político de Lula, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), esteve na cerimônia. Lula chegou a dizer que não pergunta a governadores para qual time eles torcem no estado. O presidente costuma dizer que trata os gestores estaduais com igualdade, independentemente de partido político.
De acordo com o governo, a previsão é que o complexo em Serra do Salitre chegue a fornecer 1 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados por ano para a agricultura brasileira, o equivalente a 15% da produção nacional. Toda a produção do complexo será destinada ao mercado interno.
Segundo Lula, a empresa assumiu o compromisso de contratar mulheres para que elas sejam ao menos 30% do quadro de funcionários. O presidente citou, em discurso, a lei aprovada pelo Congresso Nacional que prevê igualdade salarial entre homens e mulheres que ocupem a mesma função.
O complexo integra desde a extração do fosfato, matéria-prima principal, até a produção de fertilizantes granulados. Além de 1 milhão de toneladas de fertilizantes fosfatados, a planta industrial produzirá 1 milhão de toneladas anuais de ácido sulfúrico e 240 mil toneladas de ácido fosfórico, subprodutos usados no processo de produção do próprio fertilizante.
O empreendimento tem área total de quase 20 milhões de metros quadrados. A companhia espera envolver mais de 1.500 colaboradores, com atuação direta, indireta e contínua na operação. Durante as obras, foram gerados 3.500 empregos diretos no complexo.