Suposto integrante do PCC vira réu por morte de policial da Rota em SP

O juiz Alexandre Betini aceitou a denúncia realizada pelo MPSP (Ministério Público de São Paulo por dois crimes)

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Justiça São Paulo 13/03/24 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Justiça de São Paulo tornou Kaique Coutinho do Nascimento, conhecido como "Chip" e apontado como integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), réu pela morte de um soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) em Santos, no litoral paulista. O crime ocorreu no dia 2 de fevereiro.

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O juiz Alexandre Betini aceitou a denúncia realizada pelo MPSP (Ministério Público de São Paulo por dois crimes). São eles: organização criminosa majorada [aumentada] pelo emprego de arma de fogo; e o homicídio do soldado Samuel Wesley Cosmo com cinco qualificadoras, sendo elas: motivo torpe, finalidade de garantir a impunidade de outros delitos, impossibilidade de defesa da vítima, crime contra agente de segurança pública e uso de armamento restrito.

Preso tem dez dias para responder. A resposta deverá ser por escrito e, nela, o acusado poderá alegar "tudo que interessar à sua defesa, bem como apresentar o rol de testemunhas", determinou o magistrado em decisão realizada na terça-feira (12) e obtida pela reportagem.

Juiz solicitou que Comandante da Rota disponibilize as imagens da câmera corporal da vítima. Betini também pediu que a autoridade policial encaminhe os laudos realizados, bem como o termo de indiciamento de Kaique e o boletim de ocorrência da Polícia Civil de Minas Gerais, onde o homem foi preso.

"É possível se concluir que há prova da materialidade do delito e indícios suficientes de autoria", discorreu o juiz. Ele ainda acrescentou que o delito é de "tamanha crueldade que causou o desassossego e inquietação da sociedade notadamente em razão da periculosidade concreta que o agente [Kaique] teria investido contra agente de segurança que estava apenas exercendo o seu ofício".

Magistrado também converteu prisão em flagrante de Kaique para preventiva (por tempo indeterminado). O pedido foi realizado pelo MPSP e, na decisão, Betini apontou que a prisão de Kaique é uma "medida imprescindível para a garantia da ordem pública".

Defesa diz que não se manifestará. À reportagem, o advogado Eduardo Jorge, que representa Kaique, afirmou que "está aguardando a decisão ser publicada para pleitear a defesa técnica".

CÂMERA CORPORAL GRAVOU PM DA ROTA SENDO BALEADO

A câmera corporal do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo capturou o momento em que ele foi atingido pelo criminoso. O crime ocorreu por volta das 17h30 do dia 2 de fevereiro, na avenida Brigadeiro Faria Lima, no bairro Rádio Clube, em Santos, no litoral paulista.

Imagens mostram o soldado acompanhado de mais dois policiais da Rota. Eles andam até o final de uma rua estreita entre casas. Em um momento, o soldado Cosmo volta sozinho e entra em uma viela, onde saca a arma. Logo depois, ele encontra o criminoso no cruzamento entre dois becos, é atingido e cai no chão.

Soldado foi ferido com tiro no olho. Ele foi levado à Santa Casa de Santos em estado gravíssimo e morreu à noite. O crime ocorreu por volta das 17h30 do dia 2 de fevereiro, na avenida Brigadeiro Faria Lima, no bairro Rádio Clube.

Cosmo atuou na Operação Escudo. Na noite de 27 de julho do ano passado, o soldado se envolveu em uma ocorrência na Comunidade da Prainha. Ele e a equipe de Rota faziam patrulhamento e disseram ter trocado tiros com três suspeitos, sendo que um deles foi alvejado e dominado e os outros dois fugiram.

Soldado foi enterrado na cidade de São Paulo. Após velório na sede da Rota, a cerimônia de sepultamento de Samuel Wesley Cosmo ocorreu no Cemitério do Araçá, zona oeste da capital.

Kaique confessou o crime quando foi detido, em 14 de fevereiro. Segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, Kaique disse que estava no local do crime e com a arma usada para matar o soldado da Rota. Ele foi transferido e está preso na Penitenciária I de São Vicente, também no litoral paulista.

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo havia oferecido R$ 50 mil por informações do paradeiro de Kaique. Segundo o secretário da pasta, ele tem antecedentes por tráfico de entorpecentes e histórico como adolescente infrator.

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