Um tremor de magnitude 5,8 na escala Richter atingiu o nordeste do Japão na madrugada de hoje, forçando a suspensão temporária do despejo de água contaminada da usina nuclear de Fukushima no Oceano Pacífico.
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O terremoto aconteceu às 00h14 (horário local) e teve seu epicentro na costa da província de Fukushima, a cerca de 50 km de profundidade no mar. Apesar da magnitude, não houve alerta de tsunami.
A Tokyo Electric Power Company (Tepco), operadora da usina danificada de Fukushima Daiichi, comunicou que o tremor obrigou a suspender a operação de despejo de água radioativa tratada no mar, iniciada em 28 de fevereiro.
"Confirmamos remotamente que não havia anomalias" nas instalações de diluição e descarte de água no oceano, disse a Tepco em suas redes sociais. "No entanto, por precaução, suspendemos as operações nestas instalações, de acordo com os protocolos pré-definidos", completou a empresa.
Pouco depois do tremor, a Autoridade de Segurança Nuclear do Japão também não detectou anomalias em Fukushima Daiichi. O tremor também não afetou as usinas nucleares de Tokai No. 2 (província de Ibaraki) e Onagawa (província de Miyagi).
Até o momento, não há registro de danos materiais ou vítimas em decorrência do terremoto.
Contexto e controvérsias:
O Japão está situado no chamado Círculo de Fogo do Pacífico, uma das zonas sísmicas mais ativas do mundo, e por isso suas infraestruturas são projetadas para resistir a tremores.
Na quarta-feira (14), o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, durante visita a Fukushima, defendeu a segurança do processo de descarte da água.
No entanto, as descargas geraram oposição de comunidades de pescadores e países vizinhos, como a China, que baniu a importação de pescado da região.
A Tepco está despejando no Oceano Pacífico mais de 1,32 milhão de toneladas de água contaminada por radioisótopos. A água passa por um processo de tratamento para remover a maior parte do material radioativo e é diluída em água do mar antes do descarte, um processo que se estenderá por várias décadas.
O governo japonês, a Tepco e o regulador nuclear japonês escolheram o descarte no oceano como a melhor solução para o problema do armazenamento provisório do líquido nas instalações nucleares, após rejeitarem outras alternativas por questões de viabilidade técnica e custos.
Veja o momento na galeria acima.
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