Saiba quem foi Ustra, o torturador do DOI-Codi exaltado por Bolsonaro

Ele foi o primeiro militar considerado torturador pela justiça brasileira

© Agência Brasil

Brasil Ditadura 20/04/16 POR Notícias Ao Minuto

Comandante do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), de 1970 a 1974, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, morto em outubro de 2015, foi o primeiro militar considerado torturador pela Justiça, em outubro de 2008. No último domingo, ele foi exaltado pelo deputado Jair Bolsonaro durante a votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

PUB

Ustra sempre definiu sua missão como sendo a de “combater terroristas que queriam implantar o comunismo no Brasil”. Durante depoimento à Comissão Nacional da Verdade, em maio de 2013, Ustra chegou a citar a presidente, que foi presa e torturada pelo regime militar: "Ela integrou quatro grupos terroristas". 

Entre suas vítimas estão a atriz e ex-deputada Bete Mendes. Ela foi Presa e torturada em 1970 e encontrou o coronel Brilhante Ustra durante uma viagem ao Uruguai em 1985. Ela, deputada federal. Ele, trabalhando na embaixada em Montevidéu. Bete chegou a denunciá-lo ao então presidente José Sarney. Em uma entrevista, a atriz diz que foi torturada por Ustra quando foi presa pela segunda vez: “A tortura física é a pior perversidade da raça humana; a psicológica, idem.” Na ocasião, Bete Mendes trabalhava na novela "Beto Rockfeller", estudava ciências sociais na Universidade de São Paulo e participava de uma organização clandestina revolucionária. Outro caso conhecido é o de Crimeia de Almeida: Apanhei muito e apanhei do comandante. Ele foi o primeiro a me torturar e me espancou até eu perder a consciência, sendo que era uma gestante bem barriguda. Eu estava no sétimo mês de gravidez”.

O relatório "Direito à Memória e à Verdade" acusa o ex-coronel de ser responsável por 47 sequestros e homicídios. O relatório final da Comissão da Verdade, documento oficial do Estado brasileiro sobre o período, apontou 377 pessoas, entre eles o coronel Ustra, como responsáveis diretas ou indiretas pela prática de tortura e assassinatos durante a ditadura militar.

Apesar dos inúmeros relatos envolvendo seu nome e das diversas acusações, Ustra declarou em uma entrevista ao Zero Hora que o dia em que morresse, morreria tranquilo “na presença de Deus, muito tranquilo. Tranquilo mesmo”. E que não havia cometido nada de errado.Cumpri com meu dever, sou respeitado, graças a Deus, pelas pessoas de bem”.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

politica Polícia Federal Há 23 Horas

Bolsonaro pode ser preso por plano de golpe? Entenda

fama Harry e Meghan Markle Há 14 Horas

Harry e Meghan Markle deram início ao divórcio? O que se sabe até agora

fama MAIDÊ-MAHL Há 23 Horas

Polícia encerra inquérito sobre Maidê Mahl; atriz continua internada

justica Itaúna Há 23 Horas

Homem branco oferece R$ 10 para agredir homem negro com cintadas em MG

economia Carrefour Há 21 Horas

Se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros, diz Fávaro, sobre decisão do Carrefour

economia LEILÃO-RECEITA Há 20 Horas

Leilão da Receita tem iPhones 14 Pro Max por R$ 800 e lote com R$ 2 milhões em relógios

fama LUAN-SANTANA Há 23 Horas

Luan Santana e Jade Magalhães revelam nome da filha e planejam casamento

brasil São Paulo Há 23 Horas

Menina de 6 anos é atropelada e arrastada por carro em SP; condutor fugiu

politica Investigação Há 15 Horas

Bolsonaro liderou, e Braga Netto foi principal arquiteto do golpe, diz PF

mundo País de Gales Há 22 Horas

Jovem milionário mata o melhor amigo em ataque planejado no Reino Unido