Ucrânia "nada tem a ver" com tiroteio em Moscou

A Presidência da República ucraniana e combatentes russos pró-Ucrânia negaram qualquer envolvimento no tiroteio que hoje fez pelo menos 40 mortos e mais de 100 feridos, segundo um balanço provisório, numa sala de concertos da periferia de Moscou.

© Lusa

Mundo Ucrânia/Rússia 23/03/24 POR Notícias ao Minuto Brasil

A Ucrânia "não tem absolutamente nada a ver" com o tiroteio em Moscou, declarou um conselheiro da Presidência da República ucraniana, Mikhailo Podoliak, classificando o ataque como um "ato terrorista".

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"Sejamos claros, a Ucrânia não tem absolutamente nada a ver com esses acontecimentos", garantiu na plataforma digital Telegram Podoliak, cujo país combate há mais de dois anos uma invasão russa.

"A Ucrânia nunca utilizou métodos de guerra terroristas", acrescentou.

Para Kiev, "é importante realizar operações de combate eficazes, ações ofensivas para destruir o exército regular russo" e pôr fim à invasão, sublinhou ainda o responsável.

Por sua vez, a legião Liberdade da Rússia, um grupo de combatentes russos anti-Kremlin sediado na Ucrânia, negou também qualquer envolvimento no mortífero ataque armado hoje ocorrido numa sala de shows russa.

"Sublinhamos que a Legião não combate os civis russos", declarou o grupo, que responsabilizou "o regime terrorista do [Presidente russo, Vladimir] Putin".

O número de mortos subiu para 93 e mais de uma centena de pessoas ficaram feridas após o tiroteio seguido de um incêndio de grandes proporções numa sala de concertos nos arredores de Moscou, onde vários homens armados entraram, segundo as autoridades russas, que condenaram o que classificaram como "um sangrento atentado terrorista".

O ataque perpetrado por vários indivíduos munidos de armas de fogo ocorreu ao início da noite no Crocus City Hall, uma sala de espetáculos situada em Krasnogorsk, um subúrbio situado junto à saída noroeste da capital russa.

De acordo com a agência pública russa Ria Novosti, os suspeitos estava usando roupas camufladas, entraram no prédio pelo piso térreo, abriram fogo e lançaram "uma granada ou uma bomba incendiária" sobre a multidão, "o que causou um incêndio".

"As pessoas que se encontravam no local deitaram-se no chão para se protegerem das balas, durante 15 ou 20 minutos, depois começaram a sair do local. Muitas conseguiram escapar", relatou a Ria Novosti.

Segundo o Ministério das Situações de Emergência russo, os bombeiros conseguiram retirar do edifício cerca de 100 pessoas que se encontravam na cave da sala de espetáculos e estão ocorrendo operações para "resgatar pessoas que se encontram no telhado do edifício, utilizando plataformas elevatórias".

O presidente da câmara de Moscou, Sergei Sobyanin, anunciou o cancelamento de todos os eventos públicos.

O ataque ocorreu durante um show da banda de rock russa Piknik, cujos membros foram retirados do local, noticiou a agência TASS.

A embaixada dos Estados Unidos na Rússia tinha alertado há duas semanas os seus cidadãos, afirmando: "Os extremistas têm planos iminentes para atacar grandes concentrações em Moscou, incluindo concertos".

"Se os Estados Unidos têm, ou tiveram, informações fiáveis sobre este assunto, devem transmiti-las imediatamente à Rússia", afirmou hoje a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova.

No passado, a Rússia foi alvo de numerosos ataques por parte de grupos islâmicos, mas também de tiroteios sem motivos políticos ou atribuídos a pessoas desequilibradas.

Em 2002, combatentes chechenos fizeram reféns 912 pessoas no teatro Dubrovka, em Moscou, para exigir a retirada das tropas russas da Chechênia.

O sequestro terminou com uma operação das forças especiais russas que acabou na morte de 130 pessoas, quase todas asfixiadas pelo gás utilizado pelas forças de segurança.

Leia Também: Kremlin anuncia detenção de 11 pessoas ligadas a atentado em Moscou

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