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Diogo Ferreira, ex-chefe de gabinete do senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) revelou aos investigadores da Lava Jato que pagamentos para a tentativa de comprar a delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró foram feitos em caixas de vinho, sapato e envelope branco.
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Segundo a Folha de S. Paulo, os repasses foram tratados entre o senador e Maurício Bumlai, filho do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Diogo confessou que viajou três vezes a São Paulo para pegar os recursos, entre junho e agosto de 2015. O dinheiro foi repassado para o advogado Edson Ribeiro, que atuava na defesa do ex-diretor da Petrobras. Segundo o delator, em uma das três ocasiões, o dinheiro foi entregue pelo próprio Maurício, em um envelope branco.
Diogo contou ainda que um dos encontros ocorreu no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Ao entrar no automóvel, o motorista, que seria de Maurício Bumlai, disse que "no banco do carona, e no soalho havia uma sacola com uma caixa de um vinho".
Além disso, Diogo relatou que recebeu uma sacola de uma loja de departamento, "com uma caixa de sapatos fechada com fita adesiva, que havia um buraco na caixa de sapatos, permitindo ao depoente ver, com efetivamente viu, que havia dinheiro em espécie em seu interior".
A publicação destaca que a delação de Diogo reforça a acusação de Delcídio de que Lula atuou para tentar impedir a colaboração de Cerveró. Diogo disse ainda que o senador relatou encontro com Lula, em um hotel em Brasília. No encontro, o ex-presidente relatou preocupação com a fala de Cerveró e os desdobramentos das investigações do esquema de corrupção da Petrobras.
"Em mais de uma ocasião o senador Delcidio do Amaral comentou com o depoente que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestava preocupação com a Operação Lava Jato, especificamente com sua incisividade", refere a delação.
"Que em determinada ocasião, ao que se recorda o depoente entre abril e maio de 2015, o senador Delcidio do Amaral comentou com o depoente que participou de uma reunião com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, [...] no hotel onde este estava hospedado, e que, na ocasião, o ex-presidente manifestou preocupação com a hipótese de Nestor Cerveró vir a fazer acorda de colaboração premiada", explicou.
Segundo Diogo, Delcídio "mantinha relação de amizade próxima com Cerveró".
Ele afirmou que Delcídio justificava que os recursos eram destinado "a prover ajuda financeira a família de Nestor Cerveró, a qual estaria passando necessidades em razão de estar com seus bens bloqueados e de Nestor não estar recebendo salário", afirmou.