Papa Francisco pede cessar-fogo em Gaza em missa de Páscoa

O líder católico de 87 anos mencionou também a Guerra da Ucrânia ao pedir a troca de todos os prisioneiros entre o país invadido e a Rússia, em conflito desde fevereiro de 2022.

© <p>Getty Images</p>

Mundo PAPA-FRANCISCO 31/03/24 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O papa Francisco pediu um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e a libertação de todos os reféns israelenses durante a missa em comemoração à Páscoa rezada a uma multidão de 60 mil pessoas na Praça de São Pedro, neste domingo (31).

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"Apelo mais uma vez para que o acesso à ajuda humanitária seja garantido a Gaza, e peço mais uma vez pela libertação imediata dos reféns sequestrados em 7 de outubro passado e por um cessar-fogo imediato", afirmou o pontífice no momento em que começa uma nova rodada de negociações para tentar estabelecer uma trégua no conflito entre Israel e Hamas.

"Não permitamos que as hostilidades em andamento continuem a afetar seriamente a população civil, já exausta, especialmente as crianças. Quanto sofrimento vemos nos seus olhos. Com o seu olhar nos perguntam: Por quê? Por que tanta morte? Por que tanta destruição?", disse o líder religioso.

O líder católico de 87 anos mencionou também a Guerra da Ucrânia ao pedir a troca de todos os prisioneiros entre o país invadido e a Rússia, em conflito desde fevereiro de 2022. "Não permitamos que ventos de guerra cada vez mais fortes soprem sobre a Europa e o Mediterrâneo. Não nos rendamos à lógica das armas", afirmou. Francisco citou ainda países como Síria, Líbano, Sudão e Haiti, que enfrentam crises de violência e segurança de diferentes naturezas.

Poucos minutos antes, Francisco abençoou, a bordo do papamóvel, os fiéis presentes na Praça de São Pedro. "Viva o papa!", gritaram alguns peregrinos que tentavam registrar o momento com seus celulares diante de um grande dispositivo de segurança. O líder seguiu de cadeira de rodas até o altar, decorado com flores.

A celebração acontece após o pontífice cancelar na sexta-feira (29) sua participação na tradicional Via-Crúcis, quando a cadeira papal já estava posicionada no Coliseu. Na ocasião, o Vaticano argumentou que a decisão foi tomada "para preservar sua saúde antes da Vigília Pascal" do último sábado (30).

De fato, Francisco celebrou, sem sinais de cansaço, a cerimônia de duas horas e meia a cerca de 6.000 fiéis, além de ter pronunciado uma homilia de 10 minutos em italiano. O cancelamento, no entanto, contribuiu para atiçar as preocupações sobre a saúde frágil do papa.

A Semana Santa, uma das datas mais importantes do calendário católico, é marcada por uma série de cerimônias que terminam com o Domingo de Páscoa e pode ser comparada a uma maratona para um octogenário.

Apesar de se submeter a uma cirurgia abdominal importante em 2023, Francisco, que nunca tira férias, segue com um ritmo de trabalho intenso no Vaticano, onde pode receber dezenas de interlocutores em apenas uma manhã.

Leia Também: Começam os trabalhos para retirar os destroços da ponte de Baltimore

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