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(FOLHAPRESS) - O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta segunda-feira (8) não acreditar na possibilidade de prisão de Jair Bolsonaro (PL) e disse que a população percebe uma suposta perseguição a seu pai.
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Disse, ainda, em referência ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, que o assunto só é discutido na atual conjuntura porque uma pessoa teria "carta branca" para fazer o que bem entender na corte.
"No atual cenário, há essa especulação por que parece que tem uma pessoa que tem a carta branca para fazer o que quiser, independente do que está escrito na Constituição, na legislação, o que está errado", disse o parlamentar em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.
Flávio afirmou ainda que a população tem percebido uma perseguição ao ex-presidente e que isso o tem conferido maior apoio popular.
"A percepção da população é de que está havendo uma perseguição e a consequência óbvia disso é o que está acontecendo agora: onde Bolsonaro vai, ele é recebido como se fosse o Brasil retornando da Copa do Mundo de 2002", argumentou.
O senador negou que o ex-presidente estivesse procurando um asilo político ao permanecer por dois dias na embaixada da Hungria no Brasil quatro dias após ter seu passaporte retido pela Polícia Federal, em fevereiro. Disse não saber o que o pai foi fazer no local.
"Se tem uma coisa que Bolsonaro não pode ser acusado é de que ele está se escondendo", ressaltou, reiterando ainda a tese de que o ex-mandatário foi à missão oficial húngara para manter contato com autoridades estrangeiras.
Bolsonaro é alvo de investigação da PF, autorizada pela corte, que mostrou detalhes sobre uma trama golpista que envolveu reuniões nos palácios do Planalto e da Alvorada, a confecção de uma minuta com os procedimentos para executar o plano e a tentativa de trazer a cúpula das Forças Armadas para essa articulação.
Na entrevista, o filho 01 do ex-presidente ainda criticou a atuação do STF e chamou o inquérito das milícias digitais, conduzido por Moraes, de "buraco negro". Para ele, é a Suprema Corte brasileira que deve resgatar a normalidade institucional no país arquivando estas apurações.
Sobre a trama golpista, Flávio a comparou com uma compra de terreno na lua e disse que uma tentativa de golpe seria um "crime impossível" e sem lógica, já que, segundo ele, não houve tentativa nem planejamento de uma ruptura institucional.
Ainda, retomou questionamentos, sem nenhuma prova, de que a viagem de Lula (PT) a Araraquara (270 km da capital paulista) seria "uma farsa" para fugir dos ataques golpistas de 8 de janeiro, que segundo ele, tinham ao menos ciência por parte do governo.
"O que ele foi fazer de sábado para domingo em uma viagem em local que os ministros já tinham ido? Diz que é para prestar solidariedade. Eu acho que ele saiu de Brasília torcendo para acontecer o que aconteceu no 8 de janeiro."
Mantendo as críticas ao Supremo, ele negou que o empresário Elon Musk, agora envolvido em uma querela com Moraes após afirmar que desobedeceria às ordens judiciais expedidas pelos magistrados brasileiros no X (ex-Twitter), estivesse fazendo algo errado.
"Um cidadão americano, uma empresa privada, do meu ponto de vista não cometeu crime nenhum, apenas falou, se posicionou, fez uma pergunta ao ministro que usa a rede social dele. O Elon Musk não tem foto por prerrogativa de função, está tudo errado. O ministro toma mais uma vez uma decisão monocrática, antes que qualquer ato fosse cometido, já incluindo ele no inquérito."
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