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Por determinação judicial, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), determinou ontem a intervenção nas empresas de ônibus Transwolff e UPBus em meio às suspeitas de que as companhias estariam sendo usadas para lavar dinheiro do tráfico de drogas.
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A decisão cumpre ordem da Justiça, que pediu a intervenção direta na Transwolff e, no caso da UPBus, deu a opção de intervir na companhia ou entregar as suas linhas a outra operadora do sistema. O Estadão não conseguiu localizar os suspeitos na investigação.
As duas empresas passam a ser geridas por funcionários da SPTrans e por comitês formados por servidores da Controladoria-Geral do Município, da Procuradoria-Geral do Município e da Secretaria da Fazenda. Quem assume a Transwolff é o diretor de Planejamento de Transporte da SPTrans, Valdemar Gomes de Melo. O interventor da UPBus será o diretor de Operações da empresa municipal, Wagner Chagas Alves.
O decreto aponta que os comitês devem se pautar "estritamente de acordo com as determinações e estipulações contratuais, ficando, inclusive, responsáveis para requisitar os meios necessários para promoção de auditoria na empresa ora interditada".
Serviço
Nunes disse que o serviço não será paralisado. "Não haverá nenhuma paralisação no transporte público de São Paulo. Os fornecedores vão receber, e os funcionários, também. Nada muda para os passageiros. O que muda é só a gestão das empresas."
As duas empresas juntas transportam em média 16,68 milhões de passageiros por mês em São Paulo. São 15 milhões pela Transwolff e 1,68 milhão pela UPBus.
No caso da Transwolff, ela foi escolhida pela Secretaria de Transportes para começar o programa do município que pretende substituir a frota de ônibus a diesel da cidade por veículos elétricos para cumprir a meta de redução de emissões de gases de efeito estufa. Em outubro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 2,5 bilhões para projeto de São Paulo. A empresa também é responsável por outro projeto da Prefeitura, o transporte hidroviário na represa Billings.
Como mostrou o Estadão, as 1.ª e a 2.ª Varas de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital determinaram o afastamento de 15 acionistas da UPBus e seis da direção da Transwolff e da cooperativa Cooperpam. Eles são suspeitos de manterem ligações com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Entre os atingidos pela medida então os presidentes das duas empresas: Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora (Transwolff), e Ubiratan Antonio da Cunha (UPBus). No caso da UPBus, ainda foram alvo três parentes do traficante Anselmo Bachelli Santa Fausta, o Magrelo, assim como Alexandre Salles Brito.
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