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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou, em entrevista à Globonews, que, de sua parte, a relação com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, está ótima. "Estou à disposição a conversar sempre, seja em churrasco, almoço ou jantar", disse.
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Ele também comentou que está disposto a conversar para explicar detalhes técnicos sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da autonomia financeira e disse que também se equivoca em alguns casos.
Campos Neto afirmou que não é verdade que os servidores do BC estão contra a PEC. "Estamos nos esforçando por uma coisa, junto com a diretoria, por um Banco Central melhor lá na frente", disse ao lembrar que a modernização administrativa passaria a valer só em 2025, quando ele não estaria mais na presidência do BC.
Também frisou que os diretores que foram indicados pelo governo atual trabalharam pela PEC da autonomia financeira. Esse e outros temas serão discutidos com o senador Davi Alcolumbre (União-AP) em jantar que consta na agenda desta quarta-feira.
Campos Neto reforçou que está sempre disponível para conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, inclusive sobre a PEC, mas que não sabe o quanto interessa a ele conhecer os detalhes da PEC.
Ele comentou que tem pouco contato direto com o presidente e que o contato entre os dois costuma ser feito por intermédio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que já disse discordar de alguns pontos da PEC.
Projeções macroeconômicas do mercado
Ele comentou que acredita que todos os economistas estão errando os números do PIB há muito tempo.
O governo estima que o crescimento da economia do País em 2024 será de 2,2%. Nesta semana, os economistas ouvidos pela Focus estimaram o avanço do PIB em 1,90%.
Coaf
O presidente do Banco Central afirmou ainda que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) é um banco de dados e que pode ser adaptado a qualquer decisão da Justiça.
No início deste mês, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a decisão individual do ministro Cristiano Zanin que validou o compartilhamento de dados de inteligência do Coaf requisitados diretamente pela polícia, sem decisão judicial prévia.
Sem ambições políticas
Campos Neto ainda afirmou que não tem nenhuma ambição política após deixar o comando da autoridade monetária, ao fim deste ano. "Estou focado no BC até o fim do mandato, não tenho nenhum projeto, zero", disse.
Questionado sobre sua situação específica - de ter sido indicado ao comando do BC com mandato pelo governo Bolsonaro e encarar dois anos do novo governo Lula na função - , Campos Neto afirmou que melhorou sua relação técnica com o Ministério da Fazenda é melhor agora. Ele ainda disse acreditar que tem boa proximidade com Haddad.
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