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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As forças militares de Israel mataram nesta quarta-feira (10), na Faixa de Gaza, três filhos e três netos de Ismail Haniyeh, líder político do Hamas que atualmente mora no Qatar. Segundo a emissora Al Jazeera, os familiares do palestino foram bombardeados no campo de refugiados de Al-Shati, no norte do território.
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Haniyeh tem sido o rosto mais conhecido da facção no exterior durante a guerra com Israel. Ele tem voz ativa nas negociações sobre a soltura de reféns e os rumos do conflito e, segundo Tel Aviv, teria planejado ataques contra israelenses. Em novembro, outra ofensiva de Israel já havia destruído a casa da família do líder.
Os filhos e netos foram mortos em um ataque com drone enquanto se deslocavam em um carro no campo de al-Shati -o veículo ficou desfigurado. Segundo o Hamas, eles visitavam familiares no primeiro dia do feriado muçulmano Eid al-Fitr, que marca o fim do Ramadã com comidas típicas, reuniões entre amigos e preces específicas.
Não está claro como as mortes poderiam impactar as negociações de cessar-fogo entre Israel e Hamas. Líderes do grupo disseram na terça (9) que estavam avaliando uma proposta israelense de cessar-fogo na guerra, que já passou dos seis meses, mas que o texto era "intransigente" e não satisfazia as exigências palestinas.
"O sangue dos meus filhos não é mais caro do que o sangue do nosso povo", disse Haniyeh, 61, que tem 13 filhos e filhas no total, segundo pessoas próximas do Hamas. "Nossas exigências são claras e específicas e não faremos concessões. O inimigo se ilude se achar que alvejar meus filhos, no clímax das negociações e antes que o movimento envie sua resposta, levará o Hamas a mudar o posicionamento."
Seis meses após a eclosão da guerra, o Hamas quer o fim das operações militares israelenses em Gaza e a retirada das tropas do território, bem como autorização para que os palestinos deslocados voltem aos seus lares.
O filho mais velho de Haniyeh confirmou, numa publicação no Facebook, que três de seus irmãos - Hazem, Amir e Mohammad- foram mortos. Tel Aviv admitiu a ofensiva e disse em comunicado que os familiares do líder eram agentes do braço armado do Hamas.
Nomeado para o cargo mais alto do grupo terrorista em 2017, Haniyeh se mudou da Turquia para a capital do Qatar, Doha, evitando assim as restrições de viagem impostas por Israel em Gaza e permitindo que ele atuasse como negociador nas últimas negociações de cessar-fogo ou se comunicasse com o principal aliado do Hamas, o Irã.
Israel considera toda a liderança do Hamas como terrorista, mas não está claro o quanto Haniyeh sabia sobre o ataque transfronteiriço a Israel em 7 de outubro por integrantes baseados em Gaza. O plano de ataque, elaborado pelo conselho militar do Hamas em Gaza, era um segredo tão bem guardado que algumas autoridades do Hamas no exterior pareciam chocadas com o momento e a escala do ataque.
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