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(FOLHAPRESS) - A escritora e poeta Roseana Murray, 73, planeja realizar um sarau de poesia no Hospital Alberto Torres, em São Gonçalo (RJ), onde está internada desde o dia 5, quando foi atacada por três cachorros da raça pitbull quando caminhava nas proximidades de sua casa, em Saquarema, na região dos Lagos.
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"Irei presentear cada um que cuidou de mim com um livro meu. Autografado com a mão esquerda", disse em uma postagem no Instagram. "Este hospital é uma casa muito especial. Ouço as histórias dos enfermeiros e enfermeiras, troco com elas as minhas histórias, trocamos galáxias de amor".
Roseana perdeu o braço direito, que precisou ser amputado após o ataque dos cachorros. Ela já disse que aprender a escrever com a mão esquerda faz parte de seus planos de recuperação.
"A vida vai continuar. Eu não morri", afirmou em entrevista ao Fantástico, exibida neste domingo (14).
A escritora também sofreu lesões no braço esquerdo e no rosto. Ela contou que os três cachorros a atacaram ao mesmo tempo, quando ela caminhava em direção a uma academia, às 6h.
Caída no chão, ela gritou por socorro, mas a rua estava vazia no início da manhã. O maratonista Eduardo Neves foi o primeiro a chegar, afastou os cães e chamou o Corpo de Bombeiros.
Além de planejar o sarau com os enfermeiros, a escritora disse que um dos filhos, o violonista Guga Murray, está criando um movimento chamado Ministério das Belezas Colaterais.
"Mesmo nos piores cenários há que buscar a beleza. Esse é o nosso ofício. E a paz acima de tudo", afirmou.
Autora de mais de 100 livros, Roseana Murray começou a escrever poesia voltada para o público infantil em 1980, com o livro "Fardo de Carinho", inspirado em Cecília Meireles.
Em 2002 ela recebeu o Prêmio da Academia Brasileira de Letras de Literatura Infantojuvenil pelo livro "Jardins", com ilustrações de Roger Mello. A obra reúne 15 poemas-pinturas que representam diversos tipos de jardins.
Roseana abre as portas de sua casa, em Saquarema, para o encontro literário "Café, Pão e Texto", voltado para alunos de escolas públicas da cidade. Em torno de uma mesa com sucos, café, pães e bolos, os grupos compartilham narrativas e poesias.
"Quando as crianças vão embora, deixam na casa um rastro luminoso de alegria", ela escreveu após um encontro realizado no dia 14 de março.
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