Justiça torna réus 19 acusados de integrar esquema do PCC com empresas de ônibus

Os réus têm ligação com as empresas Transwolff e UPBus

© Reuters

Justiça São Paulo 17/04/24 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público e tornou réus 19 dos 26 acusados de integrar esquema de lavagem de dinheiro do PCC (Primeiro Comando da Capital) por meio de empresas de ônibus donas de contratos com a administração municipal de São Paulo.

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Os réus têm ligação com as empresas Transwolff e UPBus, que atuam no sistema de transporte público na zona sul da cidade, e têm elo com o crime organizado, segundo a Promotoria. Entre eles estão Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora, dono da Transwolff, e outras três pessoas ligadas à empresa. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Pacheco.

Foi pedida também a prisão de Silvio Luiz Ferreira, 46, o Cebola, um dos dirigentes da UPBus. Ele não foi encontrado pela polícia e é considerado foragido.

Na terça (16), policiais militares da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) prenderam Alexandre Salles Brito, o Buiu, um dos sócios da UPBus. A reportagem não localizou a defesa do suspeito.

A decisão desta quarta também determinou o bloqueio de mais de R$ 600 milhões da Transwolff para garantir o pagamento de dano moral coletivo, conforme pedido da Promotoria. O valor é referente à renda bruta declarada pela empresa em 2021 à Junta Comercial.

O pedido de indenização é baseado em denúncias de ex-perueiros integrantes da extinta Cooperpam, cooperativa que deu origem à Transwolff. Segundo a Promotoria, os dirigentes da empresa atuaram para forçar os então cooperados a renunciarem às suas permissões de integrar o sistema de transporte público sem qualquer tipo de compensação.

Ex-cooperados relataram, em ações judiciais, terem sido coagidos a assinar pedidos de demissão em que também se comprometiam a abrir mão de qualquer direito patrimonial e contrapartida financeira.

Ao menos 26 ações judiciais foram movidas por ex-integrantes da Cooperpam para cobrar os repasses previstos no estatuto social que nunca teriam sido pagos após os desligamentos.

A reportagem também tentou contato com as empresas denunciadas, mas não teve retorno.

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