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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nomeou nesta quarta-feira, 24, Junior Rodrigues do Nascimento como superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Alagoas. Ele foi indicado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para a vaga que até o último dia 16 era ocupada por Wilson César Lira dos Santos, primo do deputado, exonerado após cobranças do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
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Nascimento substitui José Ubiratan Rezende Santana, engenheiro agrônomo indicado pelo MST e nomeado como substituto no cargo após a demissão de Wilson César. Menos de dez dias depois de assumir o cargo, Ubiratan foi exonerado nesta quarta-feira, a pedido.
O novo chefe da Superintendência de Alagoas era presidente da Naturagro, uma ONG sediada em Maceió que representa beneficiários do programa nacional de reforma agrária. Pela Naturagro, Nascimento assinou, no mês passado, um acordo de cooperação técnica com o órgão. A parceria foi firmada para disponibilizar uma equipe técnica habilitada para conceder e operar os créditos de instalação do programa de reforma agrária do governo Lula.
A portaria com a nomeação de Nascimento foi assinada nesta quarta-feira pelo presidente do Incra, César Fernando Schiavon Aldrighi. O salário bruto dele na Superintendência será de R$ 11.306,90. A indicação do nome dele por Lira foi confirmada pelo ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira. O Estadão procurou o Incra, mas não obteve retorno.
As mudanças na Superintendência de Alagoas ocorre durante o "Abril Vermelho" do MST, que promove anualmente uma intensificação de invasões de terras para relembrar o assassinato de 21 trabalhadores sem-terra pela Polícia Militar do Pará em 1996.
Em abril do ano passado, membros do MST invadiram a Superintendência do Incra no Estado para reivindicar a exoneração do primo do presidente da Câmara, que é considerado um "bolsonarista raiz" e "inimigo da reforma agrária" pelo movimento.
Wilson César Lira foi nomeado para o cargo em 2017, durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB). Ele permaneceu no posto durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Segundo o Incra, a exoneração do primo de Lira foi uma "troca de cargo de confiança que já estava prevista na gestão da autarquia". Já o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, responsável pelo órgão, disse que o cargo exige "articulação com os movimentos e a adequação das ações do governo federal para as necessidades dos trabalhadores do campo e das bases da reforma agrária".
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