© iStock
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar em queda expressiva nesta quinta-feira (2), em dia de ajustes após o feriado de Dia do Trabalho e com uma nova decisão de juros pelo Fed (banco central americano), que decidiu manter as taxas de juros entre 5,25% e 5,5%, o nível mais alto em 23 anos. No cenário doméstico, o mercado repercute a decisão da Moody's de melhorar a perspectiva do Brasil de "estável" para "positiva".
PUB
Em seu comunicado após a decisão, o banco central dos Estados Unidos, sinalizou que as taxas de juros devem permanecer mais altas por mais tempo, enquanto o país lida com uma inflação persistente.
A autoridade monetária afirmou que vai adiar cortes no mínimo até o segundo semestre deste ano. O Fomc (comitê de política monetária dos EUA) disse após a reunião desta quarta-feira (1º) que houve "falta de progresso adicional" nos últimos meses para alcançar a meta de inflação de 2%.
Já o presidente da instituição, Jerome Powell, voltou a dizer que as autoridades ainda precisam de tempo para ganhar confiança no processo de desinflação, mas afirmou que considera improvável um novo aumento de juros neste ano –algo que já vinha sendo considerado pelo mercado.
"A decisão de manter as taxas inalteradas já era esperada e todos estavam atentos aos eventuais sinais indicando a propensão do Fomc para postergar o início do ciclo de cortes.
A grande mudança no comunicado foi reconhecer a resistência da inflação nos últimos meses, o que será interpretado pelo mercado como a confirmação de que os juros não deverão começar a cair tão cedo", diz Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.
Juros mais altos nos EUA tendem a beneficiar o dólar, e a moeda americana teve um salto nas últimas semanas justamente pela perspectiva de que os juros americanos devem continuar num alto patamar.
O real, no entanto, está sendo fortalecido pela mudança de perspectiva para o Brasil pela Moody', em sua primeira alteração de classificação para o país desde 2018, quando ela elevou a perspectiva do país de "negativa" para "estável".
Às 9h15, o dólar recuava 0,93%, cotado a R$ 5,143. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante outras moedas fortes, permanecia estável, indicando fortalecimento do real sobre a divisa americana.
Leia Também: OCDE melhora projeção para Brasil e espera que PIB cresça 1,9% em 2024 e 2,1% em 2025