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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - O ex-presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, deixou a sede da estatal por volta das 12h20 desta quarta-feira (15) evitando polemizar sobre sua demissão, comunicada na terça (14) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Disse que estava triste e tentou evitar entrevista, até que parou para conversar com os jornalistas sobre sua gestão. Afirmou que seu maior legado é a mudança na política de preços dos combustíveis, uma das promessas de campanha de Lula.
"Mostramos que a Petrobras consegue fazer esses preços sem perder dinheiro. E isso favorece a economia, favorece o governo, favorece o cidadão", afirmou. "É um legado importante, porque todos acreditavam que isso seria impossível ou destruiria o valor da ação."
Prates também citou entre realizações de sua gestão a mudança na política de dividendos, que reduziu o percentual pago aos acionistas de 60% para 45% do fluxo de caixa livre da estatal.
"{Política de preços e mudança nos dividendos foram] duas coisas principais que a gente tinha temor em relação ao valor da empresa que a gente conseguiu entregar com a ação subindo", afirmou.
Falou, ainda, que deu início à reindustrialização da companhia, outra promessa de Lula, com a retomada de investimentos em refino e de estudos para projetos nos setores de petroquímica e fertilizantes.
Afirmou ainda que houve avanços em relação à indústria naval, uma das principais queixas do governo e estaleiros, mencionando reunião realizada em Houston, nos Estados Unidos, na semana passada, em que a empresa reuniu estaleiros nacionais e estrangeiros para fomentar parcerias para obras da estatal.
O executivo não comentou possíveis razões para sua demissão. Na terça, em mensagem para assessores, havia afirmado que os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Silveira (Minas e Energia) se regozijaram na reunião em que Lula o informou a decisão.
Prates falou, no entanto, sobre biocombustíveis, um dos focos de atrito com o ministro, afirmando que a atuação da Petrobras não concorreria com o agronegócio, como o setor alega. Pelo contrário, disse, a estatal se tornaria grande compradora de insumos dessa indústria.
"[Uma atuação] que absolutamente não é incongruente com nada, não tem inimigo, a Petrobras não vê ninguém como concorrente ruim", disse. "A Petrobras é colaborativas e vai ser a maior compradora de óleo vegetal do país de novo".
Também evitou falar sobre seu futuro no PT, partido pelo qual foi senador antes de ser indicado à presidência da Petrobras. " Não vou tomar decisão nenhuma agora não. Tomaram essa decisão, vou agora pensar".
Prates deixou a Petrobras logo após o fim da reunião do conselho de administração que encerrou antecipadamente seu mandato. Ele disse que entregava uma empresa melhor do que a deixada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Eliminamos aquela atmosfera ruim que estava aí, de estar vendendo [ativos], de não saber o futuro, qual era o futuro da empresa", afirmou.
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