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Na manhã desta segunda-feira (25), quase toda a delegação brasileira que se encontrava em Montevidéu para a sessão plenária do Parlasul, o parlamento do Mercosul, deixou a solenidade que comemorou os 25 anos do bloco econômico. Depois do que consideraram uma “retaliação para humilhar”, 17 dos 20 deputados e senadores do Brasil se retiraram do evento, segundo informações do Globo.
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No domingo (24), o presidente do Parlasul, o deputado argentino Jorge Taiana, alinhado com a ex-presidente Cristina Kirchner, divulgou no site oficial do parlamento uma nota condenando o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Para o presidente, o julgamento político é uma “situação escandalosa”.
Chegando ao auditório onde ocorreria a solenidade, os parlamentares brasileiros descobriram que os lugares reservados à delegação estavam localizados em uma das últimas fileiras, atrás de funcionários de segundo e terceiro escalão da chancelaria. O senador Roberto Requião (PMDB-PR) tentou resolver a questão, mas não teve êxito. Os brasileiros ainda tentaram manifestar o repúdio tanto pela nota de Taiana, quanto pela localização dos assentos, porém a cerimônia não previa a colocação de questões.
O deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) então se dirigiu à frente do auditório e declarou que a delegação brasileira iria se retirar da sala"Nós ficamos surpresos quando hoje vimos no site oficial do Parlasul uma declaração irresponsável do presidente em relação ao processo de impeachment que acontece no Brasil" disse o deputado.
"Era deles a festa, então fomos embora. É o desprezo da chancelaria em relação à delegação brasileira", declarou o senador Roberto Requião.
Os políticos brasileiros que continuaram no local são os deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ), Benedita da Silva (PT-RJ) e Ságuas Moraes (PT-MT). Para o petista mato-grossense, tudo não passou de um grande mal-entendido. Moraes observou que os lugares estariam sendo distribuídos por ordem de chegada, havendo deputados argentinos e venezuelanos atrás dele. Os parlamentares brasileiros chegaram dez minutos após o início da solenidade, que começou pontualmente às 10h.
O deputado petista ainda afirma: "Faltou organização do cerimonial, sim, mas nada que justificasse a retirada". O deputado Jean Wyllys considerou a reação dos companheiros brasileiros “exagerada” e teme que a atitude cause má imagem da delegação.