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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Uber intermediou mais de 11 bilhões de viagens e pagou um montante superior a R$ 140 bilhões a motoristas parceiras desde que iniciou sua atividade no Brasil, há 10 anos. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (23) pela empresa, num evento em São Paulo para comemorar o aniversário.
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O aplicativo chega à sua primeira década no país num momento de debate sobre a regulação do trabalho remunerado por plataformas tecnológicas, e expandindo sua atividade no país. Segundo a empresa, mais de 120 milhões de pessoas já utilizaram o serviço no Brasil.
Isso corresponde a mais da metade da população brasileira, ou 74% daqueles com mais de 15 anos. Os números incluem as viagens feitas pelo serviço Uber Moto, que está presente em todos os estados brasileiros e quase todas as capitais -em São Paulo, foi suspenso pela prefeitura.
São mais de 5 milhões de motoristas e entregadores parceiros no país, segundo a empresa, o que significa um crescimento expressivo nos últimos dois anos. A última vez que a Uber divulgou esses números, com dados do primeiro trimestre de 2022, eram um milhão de motoristas e 30 milhões de usuários.
Quando considerados apenas os motoristas fizeram viagens no último mês, porém, são 1,4 milhão . As mulheres são 6% do total de condutores parceiros, segundo uma amostragem realizada pelo instituto Datafolha no ano passado. Ou seja, são aproximadamente 84 mil mulheres prestando o serviço de motorista frequentemente.
Com a presença do CEO global, Dara Khosrowshahi, a empresa anunciou alguns novos serviços e parcerias no país. Um dos anúncios é que haverá a opção de solicitar viagens apenas com carros elétricos -o Uber Green, parte do esforço da empresa para chegar à meta de zero emissões de carbono em 2040.Essa modalidade hoje já é oferecida, por exemplo, pelo concorrente 99, que tem um acordo com a montadora chinesa BYD para o fornecimento de carros elétricos.
A Uber também deve ampliar a oferta de táxis -opção que existe há cerca de quatro anos- por meio de uma parceria com o aplicativo Stuo, que oferece o serviço de táxis corporativos, com mais de 70 mil carros.
É um contraste com a estratégia da empresa há dez anos. O início da atividade da empresa foi marcada por protestos de taxistas, inclusive com carros depredados em alguns casos.
"Esses são dias que ficaram para trás há muito tempo", afirmou Khosrowshahi nesta quinta. "Nosso objetivo é fazer com que cada taxista entre na nossa plataforma."
Outro anúncio é o serviço Uber Health, exclusivo para empresas parceiras, em que laboratórios e hospitais poderão fazer viagens com pacientes -desde que não sejam emergências- e funcionários poderão ir até a domicíçios para colher exames e aplicar vacinas.
A empresa não anunciou a data em que esses novos serviços estarão disponíveis. A Uber diz que, ao todo, pretende investir R$ 1 bilhão em suas operações no Brasil nos próximos cinco anos.
O evento também teve uma sessão de anúncios beneficentes. Foram anunciados R$ 10 milhões em doações aos motoristas parceiros no Rio Grande do Sul, e mais R$ 1 milhão para apoiar ações da Cufa (Central Única das Favelas) no estado atingido pelas enchentes históricas.
Quatro motoristas premiados no evento, que trabalharam por mais tempo na plataforma e fizeram o maior número de corridas, foram premiados com R$ 10 mil cada.
Há dez anos, quando começou sua atividade no país, a Uber chegou a ser proibida pelos vereadores de São Paulo. Seus primeiros motoristas sofreram com apreensões de veículos e multas de milhares de reais. O serviço, no entanto, continuou sendo oferecido e só crescia no país, e a primeira regulamentação nacional foi aprovada em 2018.
Hoje, a empresa está presente em mais de 500 cidades brasileiras.