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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O dólar avançava frente ao real nas primeiras negociações desta quarta-feira (29). ÀS 9h11, a moeda à vista subia 0,40%, a R$ 5,174 na venda.
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Leve alta é acompanhada da valorização da divisa norte-americana em outros mercados emergentes, à medida que investidores ainda apresentam dúvidas sobre o futuro da política monetária do Fed (Federal Reserve).
O dólar fechou nesta terça-feira (28) em queda de 0,32%, cotado a R$ 5,154 na venda. O Ibovespa também recuou, a 0,58%, aos 123.779, perdendo a marca dos 124 mil pontos.
O mercado repercutiu a alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, em mais um pregão marcado por temores sobre a taxa de juros norte-americana.
Em falas nesta terça, o presidente do Federal Reserve de Minneapolis, Neel Kashkari, reforçou o tom cauteloso da autoridade monetária dos EUA ao afirmar que é preciso esperar por um progresso significativo na inflação antes de cortar os juros.
Ao mesmo tempo, dados sobre a confiança do consumidor mostraram que a percepção dos norte-americanos sobre a economia melhorou de forma inesperada, após três meses consecutivos de deterioração. A causa maior foi o otimismo em relação ao mercado de trabalho.
A perspectiva de juros altos por mais tempo nos EUA, a maior economia do mundo, tem instalado temores e cautela nos mercados globais nos últimos dias. Isso porque, quanto mais atraente é a renda fixa norte-americana, mais os investidores se tornam avessos a risco na renda variável de mercados emergentes, como o brasileiro.
O Ibovespa também sentiu a pressão dos papéis da Vale, que recuaram 2,16%, em resposta à queda do minério de ferro na China. Na contramão, os avanços dos papéis preferenciais (2,13%) e os ordinários (1,76%) da Petrobras, em resposta a primeira entrevista da nova presidente da empresa, contiveram parte das perdas.
A executiva defendeu um reforço na estratégia de buscar novas reservas de petróleo, sobretudo na margem equatorial, disse que a estatal não entrará em negócios que não dão lucro e que recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a missão de gerir a empresa com "respeito à sociedade brasileira".
"De certa forma, o mercado gostou de ter visto a posição da Magda falando de como vai tocar a empresa", avalia Rodrigo Moliterno, chefe de renda variável da Veedha Investimentos.
O mercado também reagiu, no início do dia, ao IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15), que registrou aceleração da inflação em maio a 0,44%, após dois meses de alívio, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado ficou abaixo do esperado: a mediana das estimativas de analistas consultados pela Bloomberg apontava para uma inflação de 0,47% em maio.
Os dados vêm na esteira de falas do presidente do BC, Roberto Campos Neto, que reconheceu que as expectativas de inflação se elevaram e que a credibilidade da autarquia contribuiu com a piora, conforme destacou a XP em relatório a clientes.
A XP mencionou ainda o fato de Campos Neto ter ressaltado o caráter técnico das decisões de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) e que as expectativas de inflação voltarão a cair, acrescentando que a fala foi considerada menos restritiva pelo mercado.
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