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Nós estudamos e fomos costumamos a ver a América do Norte, bem no norte, e a do Sul, no sul. Porém essa representação não é natural e nem a única que foi registrada durante a história.
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De acordo com um artigo publicado no “St Andrews Journal of Art History and Museum Studies”, a orientação dos mapas “afirma posições de poder, traça certas redes globais e estabelece relações hierárquicas entre as nações e os continentes”. Portanto, como afirma a Folha de S.Paulo, não é por acaso que muitas das contestações políticas a esse sistema vieram da América Latina.
Entre posicionamentos políticos, constantemente é defendido que o mapa tem essa orientação porque foi desenhado por europeus, que, por egocentrismo, se colocaram no topo do mundo. No entanto, um artigo divulgado pela rede de TV árabe Al Jazeera contesta esse argumento com exemplos históricos. “Na verdade, o status de elite do norte na cartografia tem mais a ver com monges bizantinos e judeus de Maiorca do que com qualquer inglês”, escreve Nick Danforth.
Esclarece-se que no século XV, o mundo era mapeado a partir de diversas perspectivas. Mas foi no século XVI que cartógrafos passaram a se basear em um mapa creditado a Ptolomeu, que viveu em Alexandria durante o século 2 d.C. Na época, a versão que circulava era a cópia feita por um monge no século XIII, com o norte no topo.
De certa maneira, de acordo com Danforth, a orientação do mapa-múndi é o resultado do acaso e das limitações tecnológicas das épocas passadas. Mesmo o norte estando consolidado no topo da cartografia, o autor ressalta que não devem ser descartadas as tentativas de inverter a imagem.