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JULIA CHAIBBRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A Polícia Federal prepara uma lista com os nomes dos foragidos das investigações sobre os ataques de 8 de janeiro que estão na Argentina. O objetivo é encaminhar ao STF (Supremo Tribunal Federal) para que sejam iniciados processos de extradição.
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A PF identificou que há mais de 60 pessoas investigadas pelos ataques golpistas do 8 de janeiro que estão no país presidido por Javier Milei, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Eles são considerados foragidos. Os investigadores têm informações de que alguns deles tentam pedir refúgio ao país vizinho, por isso a intenção é de extradita-los. O processo de extradição se inicia pelo STF e passa pelo Ministério da Justiça e pelo Ministério de Relações Institucionais.
Os brasileiros que serão alvos dos pedidos de extradição são investigados na operação Lesa Pátria.
Os pedidos devem ser embasados com o material colhido pela PF durante as investigações que miram os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Ação da PF já teve 27 fases e investiga os vândalos, incitadores, financiadores e autores intelectuais dos ataques contra os prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e STF.
Nesta quinta (6), a PF foi às ruas para cumprir 208 mandados de prisão, colocação de tornozeleiras eletrônicas e outras medidas contra foragidos da investigação.
Os mandado foram cumpridos em 18 estados e no Distrito Federal. Por enquanto, 50 pessoas foram presas nos estados do Espírito Santo, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Paraná e no Distrito Federal.
"A Polícia Federal continua realizando diligências para localização e captura de outros 159 condenados ou investigados considerados foragidos", disse a corporação em nota.
A Operação Lesa Pátria tem quatro frentes de investigação abertas após os ataques. Uma delas mira os possíveis autores intelectuais, parte que apura ações de envolvimento do ex-presidente Bolsonaro no caso. Outra tem como objetivo mapear financiadores e responsáveis pela logística do acampamento e transporte de bolsonaristas para Brasília.
O terceiro foco da investigação da PF são os vândalos. Os investigadores buscaram identificar e individualizar a conduta de cada um dos envolvidos na depredação dos prédios da capital federal, que acabaram denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
A quarta linha de apuração avança sobre autoridades omissas durante o 8 de janeiro e que facilitaram a atuação dos golpistas.